Os turcos podem estar em vias de ver esfumar-se um dos maiores projectos de investimento dos últimos tempos: a fábrica que a Volkswagen planeava erguer na Turquia, com um custo total de 1,25 mil milhões de euros. Além do investimento, a fábrica alemã representaria a criação de trabalho e de riqueza, com um boost às exportações, pelo que será de esperar que o Presidente da Turquia, Recep Erdogan, fique (muito) aborrecido se a unidade fabril vier a ser deslocada para outro país.

Esta “contrariedade” surge porque os sindicatos alemães dos trabalhadores do sector automóvel decidiram tudo fazer para que a Volkswagen – onde os seus representantes têm assento na administração – não concretize a já anunciada construção de uma nova fábrica na Turquia. Isto numa fase em que o próprio Erdogan já tinha anunciado uma série de medidas destinadas a deixar bem claro o apreço do seu Governo pelo investimento do construtor alemão.

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Para os sindicatos, não deverá haver investimento alemão naquele país enquanto os turcos não pararem com a ofensiva no Norte da Síria, visando os curdos que habitam na região. Estes ficaram fragilizados e expostos aos seus inimigos naturais, após o Governo norte-americano ter saído da região, até agora o seu maior aliado.

De acordo com a Bloomberg, o responsável pelo conselho dos trabalhadores e membro da supervisão na administração, Bernd Osterioh, confirmou que a Volkswagen suspendeu o investimento na nova fábrica, após as críticas internacionais à intervenção turca no Norte da Síria, no que foi apoiado por Frank Witter, o CFO do fabricante alemão. Outro caso que demonstra o enorme poder que os sindicatos têm nas grandes empresas alemãs.

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