Em 2018, o Memorial do Muro de Berlim registou o número recorde de 1,1 milhões de visitantes, mais de metade alemães, mais testemunhos de quem viveu a divisão e mais votos de confiança.

“A preservação da memória é uma tarefa essencial para nós, isto é, contribuir para o discurso público da lembrança da história da divisão alemã. Um pilar crucial da nossa fundação é o arquivo de testemunhas, constantemente atualizado desde os anos 90. Preserva as memórias biográficas, com textos e áudios, de pessoas da Alemanha ocidental e oriental”, explicou Helena Kürten, do departamento de imprensa da Fundação do Muro de Berlim, em declarações à agência Lusa.

Estabelecida em 2009, a Fundação do Muro de Berlim (Stiftung Berliner Mauer) é responsável pela East Side Gallery, o centro de Refugiados de Marienfelde e os memoriais do Muro de Berlim e Günter Litfin.

Nos últimos dez anos, mais de oito milhões de pessoas, de todas as idades, entraram nestes monumentos históricos. Cerca de 59% dos visitantes chegaram de várias partes da Alemanha (84% da Alemanha Ocidental, excluindo Berlim) para conhecer mais a fundo a história da divisão da cidade e do país.

“A Fundação do Muro de Berlim possui uma extensa rede de instituições científicas e culturais, tanto na cidade como em toda a Alemanha. Através dessas cooperações, que vão sendo sempre alargadas, novas descobertas chegam até nós”, revelou Helena Kürten esclarecendo que continuam a ser encontrados pedaços do muro original.

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“A fundação tem experiências muito boas com os residentes e instituições de Berlim. Isso vê-se, por um lado, no feedback que recebemos durante os nossos eventos e, por outro lado, no número de doações e testemunhos que recebemos. Pode ser encarado como uma forma de confiança que as pessoas depositam em nós”, frisou a investigadora.

A queda do Muro de Berlim ocorreu em 9 de novembro de 1989 e abriu o caminho para a reunificação alemã que foi formalmente celebrada em 3 de outubro de 1990.

O Memorial do Muro de Berlim, situado na Bernauer Strasse, ajuda a entender as divisões físicas e políticas criadas pela separação de betão e arame farpado, erguida em agosto de 1961.

O Centro de Refugiados de Marienfelde percorre o processo de requisição de cidadania que quem chegava do lado oriental procurava.

Günter Litfin foi a primeira pessoa a morrer vítima de disparos quando tentava escapar da antiga República Democrática Alemã (RDA) para a República Federal Alemã (RFA). A sua história, e a de outras vítimas, é lembrada numa torre de vigia que só está aberta de maio a setembro.

A East Side Gallery é a maior galeria de arte a céu aberto do mundo com pinturas de vários artistas nacionais e internacionais, em cerca de 1,3 quilómetros de muro, entre eles o da portuguesa Ana Leonor Madeira Rodrigues.