A Direção-Geral da Saúde lança na quarta-feira uma campanha a nível nacional para incentivar os portugueses a aumentarem o consumo de fruta, hortícolas, leguminosas e água, enriquecendo a dieta de forma progressiva.

Em declarações esta terça-feira aos jornalistas, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, explicou que o incentivo ao consumo destes alimentos pretende ser uma estratégia para modificar “passo a passo” a dieta dos portugueses, sublinhando a base científica destas recomendações.

Sabemos que não é de um dia para o outro que se alteram hábitos alimentares. E não é só acrescentar estes alimentos. Naturalmente, os hábitos alimentares vão mudando e haverá um ajuste no consumo de outros alimentos”, disse Graça Freitas.

Para a responsável, o objetivo é diversificar a alimentação, com base na evidência científica.

A diretora do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS), Maria João Gregório, sublinhou que esta campanha, que arranca na quarta-feira e dura três semanas, será “pela positiva”.

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A responsável recordou que mais de metade dos portugueses não atinge o consumo recomendado de frutas e hortícolas e, quanto às leguminosas, só se consome um quarto das doses recomendadas. “E a água é cada vez mais substituída por outras bebidas com açúcar adicionado, o que não é recomendável”, alertou.

Reconhecendo que as mudanças nos hábitos alimentares são difíceis, Maria João Gregório sublinhou a importância das pequenas alterações, “passo a passo”, explicando que os alimentos abrangidos por esta campanha não foram escolhidos por acaso.

A campanha terá cobertura nacional e será divulgada nas televisões, rádios, imprensa, nacional e regional, em mupis e cartazes nos transportes públicos, além dos meios online, para motivar os portugueses a diversificar a sua alimentação.

“Comer melhor, uma receita para a vida” é o slogan da campanha, que na primeira semana se focará em motivar o consumo de água, na segunda semana o de leguminosas e na terceira e última semana o consumo de fruta e hortícolas.

Segundo o relatório de 2019 do PNPAS, os hábitos alimentares inadequados são um dos principais determinantes da perda de anos de vida saudável pelos portugueses e que o baixo consumo de cereais integrais, fruta e frutos oleaginosos são os principais fatores que contribuem para a perda de anos de vida saudável.

O documento indica que cada português consumiu no ano passado 60 litros de refrigerantes, o que equivale a 3,3 quilogramas de açúcar, um valor menor do que no ano anterior, quando começou a ser aplicado o imposto sobre estas bebidas. Contudo, o relatório revela que entre fevereiro e abril deste ano houve um aumento de 4% nas vendas destes produtos relativamente ao período homólogo de 2018.