A empresa de mediação imobiliária Keller Williams (KW) está a testar em Portugal uma plataforma ‘online’ para modernizar o trabalho dos consultores e facilitar as buscas de clientes, segundo adiantaram à Lusa os sócios do grupo.

Nuno Ascensão e Eduardo Garcia Costa, partners da multinacional americana para Portugal, deram conta desta aposta, que esperam contribua para atingir os 10 mil consultores imobiliários nos próximos cinco anos.

“Portugal está a ser utilizado como o balão de testes para fora do mercado americano”, adiantou Eduardo Garcia Costa, destacando que o mercado nacional é o que maior dimensão tem no grupo fora dos EUA.

A KW está a investir 1.000 milhões de euros nesta plataforma que terá uma dimensão global. “Cada consultor vai interagir com o cliente através da tecnologia. Não é preciso enviar emails, fazer pesquisa sobre imóveis. Há dois interfaces, um para o consultor e outro para o consumidor final”, adiantou Eduardo Garcia Costa.

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A fase inicial de implementação do projeto começou nos EUA em fevereiro deste ano e arrancou em Portugal em setembro, sendo que “vai durar seis a 12 meses”, de acordo com o mesmo sócio. No próximo ano será lançado o interface com o consumidor.

Nuno Ascensão, por sua vez, recordou que, “quando no início deste ano foi anunciado que a KW será a imobiliária número um do país, o que se vai consubstanciar em 50 market centers [agências] e 10 mil consultores no prazo de cinco anos, este anúncio foi feito ao mesmo tempo em que também se disse que também em Portugal a KW passaria a ser uma empresa de âmbito tecnológico, tal como já tinha acontecido nos EUA”.

O grupo quer continuar também a crescer no modelo de negócios mais tradicional, sendo que os seus market centers destacam-se por empregar mais consultores do que as outras agências do setor imobiliário, sendo que nos EUA chegam a ser 180 pessoas por centro.

Um dos objetivos principais dos dois sócios é conseguir introduzir a tecnologia no negócio, mas ao mesmo tempo proteger a profissão de consultor.

Em Portugal, o grupo foi obrigado a refazer a sua rede, depois da saída de alguns parceiros no ano passado. “O nosso trabalho tem sido repor os market centers, estávamos com 19 no final do ano e hoje estamos com 25, superior à realidade de 2018”, referiu Nuno Ascensão. A empresa conta com cerca de 1.500 consultores em Portugal e quando chegar aos 10 mil estima ter 200 centros em território nacional. Com a plataforma a entrar em funcionamento, os consultores poderão trabalhar de qualquer lugar, incluindo de casa.

“O mercado está estável com sinais de que em 2020 nos vai dar uma novidade. Se os clientes estrangeiros continuarem a vir vamos passar ao lado de qualquer tosse que exista na Europa”, garantiu Nuno Ascensão.

Eduardo Garcia Costa revelou por sua vez que o grupo deverá fechar o ano com perto de 1.250 milhões de euros em transações, um valor inferior a 2018 (1.650 milhões) devido à saída dos operadores da sua rede.

Para o próximo ano, a KW Portugal estima chegar aos 40 market centers, 3.500 consultores e transações de 3.000 milhões de euros, segundo os sócios.