Uma exposição com meia centena de obras inéditas do coletivo de artistas YiiMa que faz uma viagem por sinais esquecidos ou desaparecidos da história e cultura de Macau, é inaugurada esta quarta-feira, às 19h00, no Museu Berardo, em Lisboa.

Intitulada “(Des)Construção da Memória”, dos artistas macaenses Ung Vai Meng e Chan Hin Io — agora agrupados no coletivo YiiMa — a exposição reúne fotografias, vídeos, instalação e performances, precisou fonte do museu contactada pela agência Lusa.

As obras, de grande formato, e nunca antes reveladas, são o resultado de uma viagem dos artistas através da memória de Macau, dando-lhe um novo significado, com o objetivo de recuperar a identidade de um território “que vai deixando de existir”, segundo a curadoria.

A exposição é organizada por ocasião dos 20 anos de transferência de soberania de Macau para a República Popular da China, e dos 40 anos do estabelecimento de relações diplomáticas entre Portugal e aquele país.

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De acordo com um texto do curador João Miguel Barros, esta mostra “não regista a memória de um tempo linear e cronológico, e não é, tão-pouco, o desfilar de uma memória construída a partir de factos sistematizados, que permita revisitar a história de modo estruturado ou científico. É, antes, uma forma de os artistas olharem livremente o passado, confortavelmente instalados no presente“.

Esta exposição “é uma descoberta de sinais que foram sendo deixados, algumas vezes esquecidos, e que só uma viagem retrospetiva permite que sejam lembrados e reinterpretados”, acrescenta o curador.

No seu trabalho, assinala, os artistas Ung Vai Meng e Chan Hin Io assumiram como missão resgatar do esquecimento a memória daquele território, “afastando a poeira que o tempo inexoravelmente vai depositando nos marcos do passado”. Na sua ação artística multidisciplinar e apoiada na pesquisa da história e da cultura oriental e ocidental, procuram mostrar a identidade de Macau através da riqueza da sua multiculturalidade.

A exposição “(Des)Construção da Memória” está estruturada em cinco partes: “Memória”, “Ritualismo”, “Leveza”, “Cerimónia” e “Paraíso”, que, embora tenham alguma autonomia, foram criadas como sendo cinco pequenas narrativas inter-relacionadas.

“(Des)Construção da Memória” é inaugurada esta quarta-feira no Museu Coleção Berardo, em Lisboa, onde ficará patente até 9 de fevereiro de 2020.