A última deslocação do Sporting à Noruega não trazia propriamente as melhores recordações, com os leões a serem vulgarizados por um desconhecido Viking numa das derrotas mais custosas (pelo potencial do adversário) que o clube teve nas últimas décadas. Svensson e Morten Berre, com um bis, fizeram em 20 minutos da segunda parte o 3-0 frente a uma equipa com nomes como Peter Schmeichel, Beto, Quiroga, Duscher, Pedro Barbosa ou Acosta. Na segunda volta, em Alvalade, Giuseppe Materazzi já tinha dado o lugar a Augusto Inácio, a vitória por 1-0 acabou por revelar-se insuficiente mas, no final da época, houve a quebra do jejum de 18 anos sem Campeonatos.

Bruno e o movimento manga curta que aqueceu a equipa abaixo de zero (a crónica do Rosenborg-Sporting)

Esse é um dos poucos pontos de contacto entre 1999 e 2019: a falta de triunfos na principal competição nacional, de tal forma que, caso o Sporting falhe a conquista do título esta temporada, será a maior travessia no deserto de sempre do clube leonino. Isso e o frio, com temperaturas que começaram nos seis graus negativos e desceram ainda mais um pouco durante os 90 minutos. No final, o resultado, esse, foi diferente. Mas nem os golos chegaram a ser comemorados como os marcadores queriam, como o próprio Bruno Fernandes assumiria na flash interview.

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“O Doumbia esteve muito bem a ganhar a segunda bola, depois esperei pelo movimento do Vietto, o central deu muito espaço e fui feliz. Dedico o golo à minha filha e mulher mas como estava muito frio não consegui pôr as mãos nas orelhas…”, admitiu o capitão leonino, na descrição do segundo golo do Sporting. “Foi um início de jogo muito forte. Era o que queríamos e entrámos bem. O jogo tornou-se depois mais fácil mas porque foi importante entrar forte para depois gerir o ritmo. Liderança do grupo? Continua tudo igual, temos de pensar no nosso jogo. Agora segue-se o PSV, que é uma equipa forte, mas temos qualidade para vencer”, acrescentou depois num resumo ao triunfo alcançado na Noruega e sobre o próximo jogo com os holandeses, em Alvalade.

“Não temos nada a dizer. Sofremos a derrota em Alverca, que foi a que mais doeu, em Tondela tínhamos tudo para ganhar, mas o mais importante agora é o Belenenses SAD e fazer o melhor possível. O mister e o staff estão a tentar fazer tudo para que, o mais rapidamente possível, a equipa se ambiente às ideias”, concluiu.

Quem também falou no final de um jogo que terminou com todos os jogadores a deslocarem-se à bancada onde se concentravam cerca de 200 adeptos leoninos com uma tarja da Juventude Leonina (que só pode entrar nos jogos fora de Alvalade) e um cartaz que pedia ao presidente Frederico Varandas a sua gravata foi Coates, central verde e branco que voltou a marcar e é já o terceiro melhor goleador da equipa… com apenas três golos.

“Foi um golo importante, acho que é sempre quando a equipa ganha. Dá-me confiança mas toda a equipa esteve muito bem. A equipa esteve concentrada, à procura da vitória, e foi um triunfo positivo, bom para toda a equipa. A melhor resposta é esta: ganhar. Quando se tem uma derrota, devemos continuar a trabalhar e no jogo a seguir há que vencer. Conseguimos os três pontos num campo difícil, com uma equipa dura e que joga bem”, começou por comentar o uruguaio na zona de entrevistas rápidas do Lerkendal Stadion, em Trondheim.

“Sabemos que dentro do campo pode acontecer qualquer coisa e há que trabalhar para melhorar. Tenho a confiança dos meus colegas, do clube e da minha família. Como se passa um mau momento? Trabalhando, é essa a melhor forma de sair dos maus momentos. Às vezes é complicado, outras corre bem, mas é sempre da mesma maneira. Pessoalmente considero que, trabalhando dia a dia, podem acontecer coisas boas. Se duvidei das minhas capacidades? Não, nada mesmo. Tinha a confiança da equipa e de todos. Normalmente sou muito autocrítico, quando jogo bem ou quando jogo mal, mas nunca duvidei da minha qualidade”, completou.