O Presidente da República realçou esta quinta-feira a “importância” de “condições acrescidas para valorizar” as forças armadas e de segurança, após uma audiência com bombeiros e autarcas de Borba sobre as agressões registadas sábado no quartel da cidade alentejana.

Numa nota publicada no ‘site’ da Presidência na Internet, é referido que Marcelo Rebelo de Sousa “ouviu exposições acerca dos acontecimentos de que resultaram dois bombeiros feridos, assim como da determinação de todos os presentes em assegurarem a salvaguarda do Estado de Direito Democrático, inclusivo e tolerante, penhor dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos”.

O chefe de Estado “registou, com apreço, a determinação expressa por responsáveis dos Bombeiros e de Forças de Segurança”, de acordo com a mesma nota, onde é realçado que o Presidente “recordou o que tinha afirmado no seu discurso de posse do Governo, quanto à importância essencial de criar condições acrescidas para valorizar a missão e o estatuto das Forças Armadas e das Forças de Segurança, natural e nomeadamente extensível aos bombeiros, quer voluntários, quer profissionais”.

Três suspeitos identificados por agressão dentro do quartel dos Bombeiros de Borba

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“Valorizar e prestigiar essa missão, sempre prosseguida no quadro da Constituição e da Lei, é reforçar o Estado de Direito Democrático em Portugal”, é sublinhado na nota da Presidência.

Na audiência realizada no Palácio de Belém estiveram o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, o presidente e o vice-presidente da Câmara Municipal de Borba, António Anselmo e Joaquim Espanhol, respetivamente, o comandante do Comando Territorial de Évora da GNR e o comandante da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Borba, acompanhado por outros elementos da corporação.

Anteriormente, os autarcas e os bombeiros de Borba, assim como o comandante da GNR de Évora, já tinham reunido com o ministro Eduardo Cabrita para “avaliar a situação de segurança” naquele concelho alentejano.

Em nota enviada à imprensa, o gabinete de Eduardo Cabrita anunciou que, de forma a ser feita uma “intervenção alargada ao nível da segurança e da integração”, será em breve celebrado com o município de Borba um contrato local de segurança, “que envolverá as entidades com competências na área da segurança, habitação, segurança social, mediação, bem como representantes das instituições e da comunidade locais”.

Na mesma nota, o ministério da Administração Interna explica ainda que os “contratos locais de segurança são um instrumento privilegiado para colocar em prática a cooperação institucional à escala local entre administração central, autarquias e parceiros locais, em interação com a comunidade”.

Dois bombeiros da corporação de Borba ficaram feridos na madrugada de sábado, numa ocorrência que envolveu a invasão do quartel por um grupo cerca de 20 pessoas, segundo o comandante da associação humanitária.

Joaquim Branco adiantou que os dois bombeiros sofreram ferimentos ligeiros, um por agressão a murro e o outro devido a vidros partidos da porta principal do quartel, tendo sido transportados para o Serviço de Urgência Básica do Centro de Saúde de Estremoz.

A GNR de Borba, alertada pelos bombeiros, esteve no local a tomar conta da ocorrência, posteriormente com reforço de militares do corpo de intervenção, de acordo com o comandante dos bombeiros.

Fonte da GNR indicou à Lusa estar a investigar o caso, não existindo detenções.

A Federação dos Bombeiros do Distrito de Évora manifestou a sua solidariedade para com os bombeiros de Borba, assim como a Liga dos Bombeiros Portugueses, que repudiou estes “atos de violência”.

O CDS-PP já pediu explicações ao Ministério da Administração Interna sobre estas agressões, enquanto a Federação do PS de Évora qualificou o episódio como “um crime de enorme gravidade” e exigiu do poder judicial a “punição” dos autores.