Hertha, Schalke 04, Mainz, RB Leipzig, Colónia, Paderborn, Hoffenheim, Augsburg, Union Berlin, Eintracht Frankfurt. O Bayern pode ter começado de forma irregular a Bundesliga, com apenas cinco vitórias em dez jogos realizados, mas pelo menos um golo de Robert Lewandowski estava sempre garantido – e neste caso foram logo 14. De recorde em recorde, o avançado polaco que tem vindo a bater recordes neste início de temporada tinha mais uma marca para alcançar no Der Klassiker frente do B. Dortmund, podendo chegar ao registo do mítico dianteiro Gerd Müller como o primeiro jogador a chegar aos 15 golos nas 11 jornadas iniciais.

No entanto, o avançado de 31 anos parece mais preocupado com o coletivo do que com o individual, naquele que é um dos momentos mais complicados em termos desportivos do Bayern desde que chegou à Baviera vindo do rival B. Dortmund, em 2014. “A coluna vertebral da equipa consiste no Neuer e em mim, não é suficiente. Devemos ter um líder em cada setor do campo: guarda-redes, defesa, médio, avançado. Isso seria perfeito porque um jogador não pode levar sozinho com tudo isso”, referiu em entrevista ao Süddeutsche Zeitung, passando ao lado de alguns nomes tidos como “pesos pesados” como Jérome Boateng ou David Alaba.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Em paralelo, e numa reflexão mais ampla, o polaco falou numa das principais diferenças entre a sua geração e os mais jovens. “Os mais novos são mais reservados ou têm problemas por causa do idioma mas dois ou três meses é o tempo suficiente para se adaptarem, para darem ordens. É isso que esperamos. Se estás habituado desde pequeno a receber ordens na tua academia, as coisas individuais e o teu pensamento perdem-se. Talvez exista um pouco de medo em falar. Esta nova geração escreve muitas mensagens pelo telefone, falam muito pela Internet mas ligam e falam menos ao telefone, é algo cultural, geracional”, comentou o avançado, um dos mais velhos do plantel a par de Neuer, Boateng, Thomas Muller ou Perisic, depois das saídas de Ribery, Robben, Hummels ou Rafinha.

Lewandowski pede mais líderes em campo, os dirigentes dos bávaros procuram ainda a liderança fora dele depois da saída de Niko Kovac, em resposta à goleada sofrida na última ronda em Frankfurt frente ao Eintracht. Hansi Flick, adjunto que foi durante vários anos número 2 de Löw na seleção, assumiu o comando de forma interina e ganhou ao Olympiacos na Champions mas todos os dias continuam a ser apontados novos nomes ao banco da equipa, entre os quais o de José Mourinho. E era nesse contexto que o Bayern recebia o B. Dortmund de Raphael Guerreiro, internacional português que estava apostado em corrigir a goleada sofrida no ano passado.

Não só os visitantes não conseguiram esse objetivo como ficaram perto de levar nova “chapa 5” e com o inevitável Lewandowski ao barulho: o polaco inaugurou o marcador pouco depois do quarto de hora inicial (17′) e fez o 3-0 já perto do último quarto de hora (73′), vendo ainda Gnabry fazer o segundo golo dos bávaros no arranque da segunda parte após assistência de Muller e Mats Hummels, no regresso à Allianz Arena, ser infeliz e desviar para a própria baliza no 4-0 que fechou as contas da goleada do Bayern frente ao B. Dortmund no clássico.

Desta forma, Lewandowski tornou-se não só no primeiro jogador de sempre a marcar nas primeiras 11 jornadas da Bundesliga como leva já um total de 23 golos em 18 partidas realizadas (marcou também em todas as rondas da Liga dos Campeões até ao momento), levando já alguma imprensa a perguntar o que acontecerá na próxima Bola de Ouro: depois do quarto lugar em 2015, o polaco não passou do 16.º posto em 2016 e da nona posição em 2017, não entrando sequer nos primeiros 30 lugares em 2018. Tudo em anos onde marcou 40 ou mais golos de forma consecutiva. Será desta que o avançado de 31 anos consegue chegar pelo menos ao pódio?