Um reconhecido professor universitário russo, identificado como Oleg Sokolov, caiu ao rio Moika, em São Petersburgo, enquanto tentava desfazer-se de partes dos restos mortais de uma ex-aluna, com quem tinha trabalhado, avançaram as autoridades russas, citadas pela CNN.

O homem, que caiu ao rio no sábado depois de ter perdido o equilíbrio, foi avistado por um transeunte, que alertou a polícia. Quando foi resgatado, as autoridades encontraram dois braços humanos dentro de uma mochila.

As autoridades já estão a investigar o caso. O suspeito, que foi detido, terá dito inicialmente que a mala não era sua, mas segundo a imprensa local, citada pelo El Mundo, terá acabado por confessar o crime e revelado que mantinha com a jovem de 24 anos uma relação amorosa. Na versão do historiador, Anastasia Yeshchenko terá falado de forma desagradável sobre as filhas do docente.

O advogado de Sokolov já veio dizer que o professor será presente a um juiz esta segunda-feira. Terá de ser sujeito a um exame psiquiátrico. O suspeito chegou a receber tratamentos no hospital por apresentar uma hipotermia.

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Várias agências estatais revelaram ainda que os mergulhadores que procuravam as restantes partes do corpo da jovem no rio encontraram os restos de uma outra pessoa, presume-se que um homem, num saco. Não é certo que a descoberta esteja relacionada com a morte de Yeshchenko.

As restantes partes do corpo desmembrado da vítima foram descobertos no apartamento de Sokolov, segundo as autoridades. Terá sido decapitada e o assassinato terá acontecido dia 7 de novembro.

Yeshchenko é natural de Krasnodar, uma cidade do sul da Rússia, e estava em São Petersburgo a estudar. Trabalhava com Sokolov como investigadora, segundo a agência de notícias russa TASS. Já Oleg Sokolov, 63 anos, é um conceituado historiador na Rússia e professor na Universidade de São Petersburgo. Especialista em história militar francesa e professor no departamento de História Moderna e Contemporânea, é autor de vários trabalhos sobre Napoleão Bonaparte e as guerras napoleónicas. Mascarava-se com regularidade da figura histórica em recriações de batalhas históricas.

O docente foi condecorado com a Ordem Nacional da Legião de Honra, uma das maiores condecorações francesas, em 2003. Era membro do Instituto de Estudos Sociais, Económicos e Políticos francês (ISSEP), uma instituição fundada por Marion Maréchal, sobrinha da líder do partido de extrema-direita, Marine Le Pen. No entanto, no sábado, o instituto anunciou que Sokolov tinha sido excluído do comité científico.

Estamos horrorizados com as notícias da imprensa que dão conta de um crime atroz alegadamente cometido por Oleg Sokolov”, lê-se num comunicado.

“Como professor da Universidade de São Petersburgo premiado com a Ordem Nacional da Legião de Honra, nunca teríamos imaginado que poderia ter cometido esse ato horrível. Por isso, retirámo-lo imediatamente da sua posição como membro do comité científico. Enviamos todas as nossas condolências e apoios à família da vítima.”