Agora com sinal reforçado em Lisboa 98.7 FM No Porto 98.4 FM Mundo / Conflito na Síria Seguir Presidente da República turco diz que EUA não cumpriram totalmente os seus compromissos na Síria Recep Tayyip Erdogan acusou os Estados Unidos de não respeitarem totalmente o compromisso de retirar as forças curdas do nordeste da Síria e diz que vai apresentar provas documentais a Trump. Agência Lusa Texto 12 Nov 2019, 11:03 i ▲O Presidente turco pronunciou-se antes de partir para Washington para se reunir com o seu homólogo norte-americano TURKISH PRESIDENTIAL PRESS OFFICE / HANDOUT/EPA ▲O Presidente turco pronunciou-se antes de partir para Washington para se reunir com o seu homólogo norte-americano TURKISH PRESIDENTIAL PRESS OFFICE / HANDOUT/EPA O Presidente turco acusou esta terça-feira os Estados Unidos de não terem cumprido totalmente o compromisso de retirar as forças curdas do nordeste da Síria, antes de partir para Washington para se reunir com o seu homólogo norte-americano. “Vou dizer ao Presidente (Donald Trump), com provas documentais, que o acordo a que chegámos (na Síria) não foi totalmente respeitado”, disse Recep Tayyip Erdogan, numa conferência de imprensa no aeroporto de Ancara.Um acordo assinado a 17 de outubro pelo vice-Presidente dos EUA, Mike Pence, durante uma visita a Ancara, abriu caminho para a suspensão da ofensiva turca lançada a 9 de outubro no nordeste da Síria para expulsar as milícias curdas – nomeadamente as Unidades de Proteção Popular (YPG), aliadas de Washington na luta antijihadista. Este acordo prevê a retirada das YPG da fronteira turca e o estabelecimento de uma zona de segurança de 32 quilómetros de largura ao longo de uma faixa fronteiriça da Turquia em território sírio.A Turquia lançou sua operação militar depois de Trump anunciar a retirada das tropas norte-americanas posicionadas na área, o que foi interpretado como um sinal verde concedido a Ancara. O anúncio ocorreu após uma conversa telefónica entre Trump e Erdogan. Fortemente criticado, inclusive no seu próprio campo político, Trump reforçou o tom e implementou sanções contra a Turquia, que foram levantadas depois de Ancara suspender a sua ofensiva na Síria.Num acordo separado, assinado a 22 de outubro entre Erdogan e seu homólogo russo Vladimir Putin, Moscovo prometeu remover as YPG de outras áreas no nordeste da Síria, em coordenação com Exército sírio e para iniciar patrulhas conjuntas com o exército turco em território sírio. “Infelizmente, até agora não é possível dizer que os grupos terroristas se retiraram da região”, disse Erdogan na conferência de imprensa. Nem a Rússia nem os Estados Unidos foram capazes de colocar os grupos terroristas dentro do cronograma acordado”, acrescentou.Erdogan alertou também esta terça-feira os países europeus de que a Turquia poderia libertar todos os prisioneiros do grupo islâmico e enviá-los para a Europa, em resposta às sanções da União Europeia (UE) ao Chipre. Erdogan também disse que a Turquia continuaria a repatriar militantes estrangeiros do Estado Islâmico para os seus países de origem, mesmo que estes países se recusem a levá-los de volta.As declarações de Erdogan foram uma resposta à revelação da União Europeia, na segunda-feira, de que irá impor sanções à Turquia devido às perfurações não autorizadas de gás nas águas do Mediterrâneo, perto de Chipre. “Vocês devem rever a vossa posição em relação à Turquia, que mantém tantos membros do EI na prisão e controla-os na Síria”, declarou Erdogan.