A coordenadora nacional do BE, Catarina Martins, afirmou que “está tudo em aberto” nas negociações com o Governo referentes ao Orçamento do Estado (OE) para o próximo ano e que agora as conversas serão “setor a setor”.

“Nós estamos em negociações e está tudo em aberto. Vamos ver setor a setor o caminho que é possível fazer”, respondeu a líder bloquista aos jornalistas, quando questionada se o partido estaria disponível para votar favoravelmente o documento.

Catarina Martins falava à comunicação social na Assembleia da República, em Lisboa, no final de uma reunião com a Fenprof [Federação Nacional dos Professores], sobre os resultados do encontro de terça-feira com o primeiro-ministro, António Costa, na residência oficial do chefe do Executivo, em São Bento, Lisboa, sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2020.

Notando que “o trabalho começou agora”, Catarina Martins indicou que o encontro de terça-feira “foi uma primeira reunião em que o Governo trouxe alguns dos seus dados, alguns dos seus números”, e o Bloco levou “as preocupações” que tem, “questões tão essenciais como aumentar os salários, aumentar as pensões, reforçar os serviços públicos, responder às questões do investimento, responder às questões fiscais”.

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Mas, de acordo com a líder do BE, ainda está tudo em aberto: “Começámos agora o trabalho, vamos ver nos próximos dias. Nós sempre dissemos que o Bloco de Esquerda tinha essa disponibilidade negocial mas, como digo, foi só uma primeira reunião, teremos de fazer mais caminho nos próximos dias, até do ponto de vista setorial, é esse o trabalho que está a ser preparado”.

A coordenadora bloquista considerou igualmente que a reunião de terça-feira “só teve sentido porque houve disponibilidade de ambas as partes” para agora desencadear “um trabalho setor a setor, área a área”.

“Se essa disponibilidade não existisse, não existia nenhum entendimento para um orçamento de tipo nenhum, o que seria grave”, alertou, ressalvando de seguida que “não aconteceu isso”.

“Temos disponibilidade, identificámos as áreas que são mais complicadas, onde é preciso fazer mais trabalho, e temos agora algum tempo, não muito, mas cá estaremos, empenhadamente para, nas várias áreas, encontrar soluções”, precisou.

Questionada se a recuperação integral do tempo de serviço dos professores é uma linha vermelha para o próximo Orçamento do Estado, Catarina Martins indicou que “os próprios sindicatos querem agora um processo negocial sobre esta matéria”.

“Nós achamos que essa negociação é importante”, salientou, escusando-se a adiantar mais pormenores sobre como estão a decorrer as negociações com o executivo liderado pelo socialista António Costa.

“Já devem ter percebido que o Orçamento do Estado está em negociação e eu, sobre essa matéria, não vou avançar mais. As negociações fazem-se à mesa, já o disse várias vezes”, vincou.

Lusa/Fim