Os holandeses estão apostados em reduzir a poluição e, aparentemente, estão dispostos a mexer em tudo o que lhes pode permitir ganhar uns gramas de poluentes, mesmo se com isso vão aborrecer uma série de condutores. O primeiro-ministro Mark Rutte anunciou que estão inclinados para limitar ainda mais a velocidade máxima das auto-estradas, reduzindo dos actuais 130 km/h para apenas 100 km/h. Diz Rutte que espera com isso reduzir os óxidos de azoto, ou seja, os NOx. Mas só à noite.

De acordo com a cadeia televisiva NOS, a medida entrará em vigor apenas em 2020, ou seja, potencialmente dentro de dois meses, isto apesar de a BBC avançar que, durante a noite, isto é, entre as 19h00 e as 06h00, vai ser mantido o actual limite de 130 km/h. Contudo, as áreas mais congestionadas não beneficiarão deste bónus nocturno.

Se é fácil perceber a relação entre uma velocidade mais elevada e uma maior quantidade de NOx – ou de partículas, enxofre, CO2 e tudo o resto que os motores de combustão deitam cá para fora –, é difícil perceber porque é inaceitável um veículo circular a 130 km/h durante o dia, pela poluição que emite, quando esses mesmos gases nefastos são aceitáveis, se emitidos à noite.

Mark Rutte deu-se como satisfeito por ter conseguido chegar a um acordo, garantindo que as medidas estão em vigor enquanto persistir o problema de excesso de poluição. Contudo, isto não evita que a Holanda passe a possuir o limite de velocidade mais reduzido entre os países europeus, uma vez que 130 km/h é o valor imposto por França, Alemanha (nos poucos locais onde não é livre), Itália e Dinamarca, entre muitos outros. Em Espanha e Portugal é 120 km/h, para no Reino Unido estar fixado nas 70 milhas, cerca de 112 km/h.

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