Se os SUV continuam a ser o veículo da moda, em Portugal e lá fora, a realidade é que há cada vez mais condutores a revelar interesse em versões ligeiramente mais ágeis e desportivas, nem que seja apenas de aspecto. Entre as marcas premium, e dentro do segmento compacto, o Range Rover Evoque e o BMW X2 disputam entre si a preferência dos clientes, mas a Audi está apostada em conquistar uma fatia desse “bolo” e conta com o novo Q3 Sportback para o conseguir.

O Q3 Sportback, que obviamente deriva do Audi Q3, assume-se como o elemento mais dinâmico da gama e se o pilar traseiro surge mais inclinado, perseguindo o tal ar de coupé, não há muito mais em comum entre os dois Sport Utility Vehicles. O Sportback é 2,9 cm mais baixo e 0,6 cm mais estreito, apesar de exibir uns guarda-lamas “alargados”, como que a recordar os antigos Audi Quattro. O comprimento é superior (1,6 cm), mas apenas porque o pára-choques traseiro tem um novo desenho, uma vez que a distância entre eixos é a mesma (tal como o chassi).

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Por dentro o Q3 Sportback oferece o que a Audi tem de melhor e mais recente, o que é muito, com ênfase para o Digital Cockpit, que é de série em todas as versões, um generoso ecrã ao centro do tablier a partir qual é possível controlar a maioria das funções e sistemas do modelo, podendo ainda recorrer à Alexa, da Amazon, para facilitar a vida ao condutor ao permitir-lhe utilizar comandos de voz para levar a cabo uma série de tarefas. As ajudas à condução não foram esquecidas, englobadas no Driver Assistance Systems.

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Motores? Para já só diesel, mas depois…

A oferta inicial do Q3 Sportback, que chega este mês ao mercado, arranca com dois motores turbodiesel, sempre com base na unidade 2.0 TDi e exclusivamente acoplados a caixas S tronic. A versão 35 TDi, com 150 cv e 340 Nm de binário e apenas tracção à frente por motivos fiscais, serve de entrada na gama Sportback, para depois o 40 TDi, com 190 cv e 400 Nm de força, desempenhar o papel de topo de gama, já equipado com o sistema de tracçao integral quattro.

Mas se esta é a gama que a Siva vai comercializar entre nós nestes últimos meses de 2019, logo no início de 2020 chegará uma versão electrificada, o Q3 Sportback 35 TFSI, que monta o motor 1.5 sobrealimentado com 150 cv, reforçado pela presença de um sistema mild hybrid a 48 Volts – motor/gerador que substitui o motor de arranque e o alternador – que permite economizar 0,4 litros/100 km, segundo o fabricante. Isto em parte é conseguido à custa da função coasting, que torna possível ao carro deslizar entre 40 e 160 km/h quando não se pressiona o acelerador, do sistema start&stop estar disponível até aos 22 km/h e por o motor eléctrico apoiar o motor a gasolina sempre que se acelera, com os seus 12 cv e 50 Nm.

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A Audi, contudo, visa igualmente os condutores em busca de um maior dinamismo ao volante, pelo que disponibilizará também em 2020 o Q3 Sportback RS com 400 cv. Esta versão recupera o bloco de cinco cilindros em linha, aqui com 2,5 litros e sobrealimentado, que além da potência fornece ainda ao condutor a tradicional sonoridade desta unidade, sem esquecer a sua maior nobreza, quando comparado com os tetra cilindros.

Como é ao volante

A possibilidade de conduzir o novo Q3 Sportback ocorreu nos arredores de Lisboa e a primeira sensação confirmou estarmos perante um SUV relativamente distinto, que parece mais largo, mais ligeiro e mais agressivo. Sentado ao volante, percebe-se que a qualidade de materiais e acabamentos manteve-se intacta, os bancos são envolventes e confortáveis, sensação reforçada pelo facto de o Q3 Sportback estar equipado com suspensões com cursos generosos e pneus a condizer.

Atrás, apesar do acesso exigir mais atenção, o espaço é bom e se a altura é ligeiramente inferior ao Q3, não parece ser um problema para estaturas até 1,85 metros, tanto mais que o banco é regulável longitudinalmente (13 cm) e em inclinação, o que vai agradar a quem ocupa os lugares posteriores nas deslocações mais longas. A mala perde um pouco para o Q3, sobretudo quando se rebate os assentos posteriores, mas com 530 litros úteis em condições normais (com cinco lugares e tapa bagagens) dificilmente desagradará a alguém.

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Ao volante não é fácil distinguir o Sportback dos restantes Q3, como seria esperar de um modelo que utiliza as mesmas mecânicas, chassi e suspensões, com o SUV coupé a estar disponível com dois níveis de equipamento, o Base e o S Line. O Q3 Sportback 35 TDI S Tronic Base é o mais acessível, sendo proposto por 51.600€, valor que sobe para 54.150€ caso se opte pela versão S Line.

O Q3 Sportback 40 TDi quattro S Tronic  Base é comercializado por 62.600€, ou 65.250€ com os acabamentos correspondentes ao S Line. Em termos práticos, o Q3 Sportback propõe um veículo com as mesmas características mas um estilo mais desportivo, por um valor que, em média e para o mesmo tipo de motorização e equipamento, exige um investimento superior em 2.500€ quando comparado com o Q3 convencional. Apesar de incluir mais equipamento de série em qualquer uma das versões.