A Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) disse esta quarta-feira à Lusa que há “várias empresas da área da refinação de lítio” a avaliar a possibilidade de fixar operações” em Portugal.

“Várias empresas da área da refinação de lítio encontram-se a avaliar a possibilidade de fixar operações no nosso país”, afirmou fonte oficial da AICEP à Lusa, quando questionada a entidade sobre a informação avançada pelo secretário de Estado Adjunto e da Energia no programa Prós e Contras, emitido pela RTP na noite de segunda-feira.

Na altura, João Galamba adiantou que o Governo e a AICEP estão em “negociações avançadas” com uma empresa europeia, que tem desenvolvida uma tecnologia de baterias de lítio distinta das norte-americana e chinesa (as mais utilizadas atualmente), para a instalação de uma unidade de mineração de lítio, que permitirá fazer também a refinação do minério depois de extraído.

Instada a comentar o assunto, fonte oficial da AICEP referiu que a entidade “está a acompanhar alguns dos processos em curso, que apenas serão objeto de comunicação pública uma vez concluídos”.

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Acrescentou ainda que, “ciente do potencial económico que as reservas de lítio em Portugal encerram, a AICEP tem vindo a identificar potenciais investidores no setor da mobilidade elétrica, em diferentes etapas do processo produtivo e também ao nível da I&D [Investigação & Desenvolvimento].

Na sexta-feira, os grupos parlamentares do PSD e do PAN requereram uma audição urgente de João Galamba na Comissão de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território.

Em causa está o contrato de concessão de exploração de lítio no concelho de Montalegre, distrito de Vila Real, aprovado por João Galamba, em 26 de março, à empresa Lusorecursos Portugal Lithium.

“Esta empresa, que dispõe de um capital social de 50 mil euros, foi constituída três dias antes da assinatura de um contrato de exploração que vincula o Estado por 20 anos (35 com a renovação) e envolve um negócio potencial de cerca de 380 milhões de euros”, alerta o grupo parlamentar do PSD.

Já o PAN assinala que “todo o processo de concessão para a exploração de lítio em Montalegre encontra-se envolto em procedimentos pouco transparentes” e alerta que “a atividade de exploração mineira possui inúmeros impactos negativos no ambiente e na saúde pública”.