O Tribunal Europeu de Contas (TCE) considerou esta sexta-feira que o combate às bactérias que adquiriram resistência aos antibióticos na União Europeia (UE) tem tido “poucos progressos”, e apelou para mais apoios à aplicação de medidas preventivas pelos Estados-membros.

Em causa está um relatório esta sexta-feira divulgado pelo TCE referente à “atuação contra a resistência antimicrobiana” no espaço comunitário, que revela que, “apesar dos progressos no setor animal, esta ameaça para a saúde continua a ser um desafio para a UE”.

Em comunicado, aquele tribunal assinala que “o combate da UE às ‘superbactérias’, em especial as bactérias que adquiriram resistência aos antibióticos, registou poucos progressos até ao momento”.

Embora as ações da UE tenham conduzido a alguns avanços, sobretudo no que toca a questões veterinárias, […] há poucas provas de que o impacto da resistência antimicrobiana na saúde tenha diminuído”, precisa o TCE.

A resistência antimicrobiana ocorre quando os micróbios – tais como bactérias, vírus, parasitas ou fungos – desenvolvem resistência a medicamentos que representavam um tratamento eficaz.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Na UE, morrem cerca de 33 mil pessoas por ano devido a infeções causadas por bactérias resistentes aos medicamentos, com custos para a economia de 1,5 mil milhões de euros, que resultam de custos de saúde suplementares e de perdas de produtividade.

Para realizar o relatório esta sexta-feira divulgado, o TCE avaliou as medidas adotadas pela Comissão Europeia e pelas agências da UE para a redução da resistência antimicrobiana, tendo então concluído que “a Comissão Europeia e os Estados Membros devem incrementar os seus esforços para combater esta ameaça crescente”.

O tribunal detetou também “lacunas no acompanhamento dos progressos alcançados e na vigilância das infeções associadas aos cuidados de saúde”, argumentando que isso “poderá abrandar as ações de combate à resistência antimicrobiana”.

Como recomendações, o tribunal europeu indica que as instituições europeias devem “aumentar o apoio aos Estados membros”, bem como “promover a utilização prudente dos agentes antimicrobianos veterinários e uma melhor vigilância” destas “superbactérias” e ainda “reforçar as estratégias de promoção da investigação”.