Agora com sinal reforçado em Lisboa 98.7 FM No Porto 98.4 FM Ciência / Estudo Científico Seguir Estudo. Este é o lugar mais perigoso da terra e onde não é possível existir vida A paisagem colorida do complexo geotérmico de Dallol, no deserto de Danakil, no norte da Etiópia, é enganadora. Um novo estudo explica que não é possível encontrar vida microbiana ativa ali. Observador Texto 16 Nov 2019, 22:22 i ▲Cientistas espanhóis analisaram amostras de quatro zonas diferentes do complexo geotérmico, recolhidas de 2016 a 2018 © flickr ▲Cientistas espanhóis analisaram amostras de quatro zonas diferentes do complexo geotérmico, recolhidas de 2016 a 2018 © flickr O complexo geotérmico de Dallol, no deserto de Danakil, no norte da Etiópia, foi classificado por investigadores como o lugar mais perigoso do planeta Terra. Segundo um recente estudo publicado pela revista Nature, trata-se de uma área onde as nuvens de gases tóxicos — libertados pelo vulcão Dallol ali localizado — impedem que a vida se desenvolva. As conclusões parecem não ser compatíveis com a paisagem colorida do complexo geotérmico de Dallol. Ali existem campos hidrotermais com depósitos de sal de cores vivas — em tons de amarelo e verde —, formados pelo magma do vulcão Dallol, quando este empurra o sal. Mas os investigadores explicam que as águas desta área são altamente quentes, ácidas, salinizadas e têm altas concentrações de ferro e falta de oxigénio. Cientistas espanhóis analisaram amostras de quatro zonas diferentes do complexo geotérmico, recolhidas de 2016 a 2018. As primeiras análises pareciam mostrar sinais de bactérias, mas, afinal, esses falsos sinais eram resultado de contaminação do laboratório. Outras bactérias teriam sido introduzidas por humanos durante expedições e visitas turísticas ao sítio.O estudo publicado na revista científica nega a existência de qualquer vida no complexo, alegando que o que os cientistas espanhóis descobriram não eram microrganismos, mas “poluentes associados aos seres humanos”. Segundo os pesquisadores, os resultados de seu estudo indicam que não é possível encontrar vida microbiana ativa e natural no complexo.