A União Europeia (UE) decidiu que não há mais fundos para os combustíveis fósseis. Só em 2018 foram mais de 2 mil milhões de euros que suportaram projectos envolvendo petróleo e seus derivados, bem como gás e carvão. Este valor sobe para 13,4 mil milhões de euros, se considerarmos as verbas utilizadas para financiar combustíveis fósseis nos últimos seis anos, ou seja, entre 2013 e 2019.

O Banco Europeu de Investimento (BEI), na prática o sistema de financiamento da UE, afirma que não vai haver mais dinheiro para financiamentos no campo do petróleo, gás e carvão a partir do final de 2021. Esta decisão já era esperada há cerca de um ano, tendo sido atrasada devido a pressões do lobby do petróleo.

De acordo com as novas directivas, os fundos só estarão disponíveis para fontes que sejam capazes de gerar 1 kWh de energia com emissões que não superem 250 g de CO2, o que deste logo afasta tudo o que seja centrais a carvão, gasolina, gasóleo e gás.

Algumas instalações a gás ainda poderão eventualmente operar, mas apenas recorrendo à captura de carbono e respectivo armazenamento, nunca a libertá-lo para a atmosfera. Mas a alteração às regras do jogo, retirando os apoios de que os derivados de petróleo sempre usufruíram, não acaba por aqui. O vice-presidente do BEI, responsável pelo sector da energia, Andrew McDowell, afirmou que “este é apenas o primeiro passo, mas não o último”.

A decisão foi saudada pelos organismos de defesa ambiental, uma vez que irá diminuir drasticamente as emissões poluentes derivadas da produção de energia eléctrica. O que vai tornar a energia utilizada na iluminação e aquecimento, por um lado, e por outro para recarregar os veículos eléctricos, substancialmente mais limpa.

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