Garantido o apuramento para o Euro, ultrapassados dois jogos decisivos que Portugal tinha de ganhar, quatro golos depois, a um dos 100, a dez do recorde de Ali Daei, Cristiano Ronaldo decidiu falar. Falou uma semana depois de ter deixado o estádio da Juventus antes do apito final do encontro do AC Milan por ter sido substituído, uma semana depois de ter sido substituído pela segunda jornada consecutiva e uma semana depois de ter aberto uma caixa de Pandora que se desenrolou ao longo dos últimos dias e criou polémica em Itália e em Portugal.

“Tenho jogado limitado nas últimas três semanas. Não houve polémica nenhuma, vocês [jornalistas] é que a criaram. Tentei ajudar a Juventus. Ninguém gosta de ser substituído mas entendo, porque eu não estava bem. Nestes dois jogos também não estava a 100%. Sacrifiquei-me em prol da equipa. Aqui na Seleção podíamos ficar de fora e sacrifiquei-me também pela Seleção. Graças a Deus, na minha carreira nunca me lesionei muito, mas pode acontecer. É uma dor que me impede estar a 100%, mas tento jogar sempre. Às vezes não dou mais porque não consigo, mas meteram muita polémica onde ela não teria que existir. O clube sabia que eu estava limitado. Mas o mais importante é que ganhámos, que a Juventus está em primeiro e eu vou estar bem o mais rápido possível”, explicou o capitão da Seleção Nacional, que garantiu ainda que o golo 100 “vai aparecer de forma natural”.

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Depois de Fernando Santos garantir que o jogador estava apto e sem limitações, Cristiano Ronaldo reconhece que jogou contra a Lituânia e contra o Luxemburgo com queixas e com dores mas que escolheu fazer esse sacrifício para dar o contributo à Seleção. O avançado da Juventus igualou Harry Kane e Zahavi e tornou-se o melhor marcador da qualificação para o Euro 2020, com 11 golos, e atingiu a melhor série ao serviço da seleção portuguesa, ao chegar aos seis jogos consecutivos a marcar. Sobre o estado do relvado no Luxemburgo, Ronaldo explicou que foi “difícil jogar num campo de batatas”.

“É sempre importante e um orgulho representar Portugal. A qualificação era o mais importante e estou muito feliz por Portugal ter ganho. É o meu quinto Europeu. E é difícil jogar nestes campos, um campo de batatas. Não sei como é possível seleções com este nível jogarem em campos desta qualidade. Muito mau. O espetáculo não foi bom, mas fizemos um bom trabalho, ganhámos e era isso a prioridade”, acrescentou o capitão português, que defendeu ainda — tal como Fernando Santos — que Portugal não é “favorito” à vitória no Europeu.

“Alguns jogadores vão crescer mais, é ir passo a passo. Os candidatos sempre os mesmos, não é pela vitória em 2016 que somos favoritos, mas somos difíceis de bater e vamos para ganhar outra vez. Mas os favoritos são todos os outros”, concluiu Ronaldo.