A oposição na Bielorrússia denunciou este domingo infrações em massa nas eleições legislativas que estão a decorrer nesta ex-república soviética, dirigida por Alexandre Lukashenko desde 1994.

Mais de 500 infrações foram registadas numa campanha de observação organizada por partidos de oposição, incluindo o aumento pelas autoridades do número de eleitores nas assembleias de voto em relação a contagens feitas por observadores.

Defensores dos direitos humanos que observam o desenrolar do escrutínio afirmaram terem sido expulsos e impedidos de tirarem fotografias.

Alexei Ianukevitch, vice-presidente do partido da oposição Frente Popular Bielorrussa, disse à agência France Presse que as autoridades escolheram “o cenário familiar das falsificações”.

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Os eleitores escolhem 110 deputados da câmara baixa do parlamento, mas os críticos do poder não têm grande escolha, dado os principais líderes contestatários e os únicos dois atuais deputados da oposição terem sido excluídos do escrutínio.

“Se a sociedade não gosta do modo como o presidente organiza (a votação), pode escolher um novo no próximo ano”, declarou à imprensa o presidente Alexandre Lukashenko após ter votado, confirmando que se recandidatará às presidenciais de 2020.

Apelidado de “o último ditador da Europa”, Lukashenko, 65 anos, dirige o país há 25 anos. Desde então, nenhuma eleição organizada na Bielorrússia foi considerada livre ou justa pelos observadores internacionais.

A Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) enviou 400 observadores para vigiarem o escrutínio.

“Sabemos já, a 99%, quem vai ganhar” em cada círculo eleitoral, disse Nikolai Kozlov, líder do Partido Cívico Unido, da oposição, à AFP.