Os governos de Angola e do Brasil assinaram esta segunda-feira, em Luanda, dois acordos de cooperação para a prevenção e controlo do cancro e atendimento a pessoas com anemia falciforme.

Em declarações à imprensa à margem da cerimónia de inauguração da primeira unidade de Banco de Leite Humano, a ministra da Saúde de Angola, Sílvia Lutucuta, realçou a cooperação entre os dois países, há vários anos, no domínio da formação de quadros na área da medicina, que tem resultado no desenvolvimento de competências de muitos profissionais angolanos.

Segundo Sílvia Lutucuta, há áreas estratégicas dessa cooperação em que o Brasil é uma potência mundial, nomeadamente investigação em saúde e institutos de controlo do cancro, e uma semelhança demográfica entre os dois países. Tal como em Angola, existem no Brasil muitos doentes com anemias de células falciformes, uma doença hereditária, sem cura, que ocorre devido a alteração nos glóbulos vermelhos.

Para além destas áreas, a governante angolana frisou que a cooperação vai estender-se também à área de transplantes de órgãos, na qual Angola está agora a dar os seus primeiros passos.

O Brasil, no setor público, é dos maiores transplantadores mundiais, e isto veio a calhar. Nós temos agora a nossa lei aprovada, temos passos importantes e seguros para dar para que o transplante seja um facto em Angola”, referiu.

Por sua vez, o ministro da Saúde do Brasil, Luiz Mandetta, realçou as relações de amizade e cooperação entre os dois países, frisando que vão ser em breve disponibilizadas vagas para especialistas “para ajudar Angola a cumprir o seu papel de liberdade”.

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Luiz Mandetta, que chegou esta segunda-feira a Angola e tem o regresso previsto para o mesmo dia, disse que todas as experiências de saúde do Brasil estão à disposição do Ministério da Saúde angolano. O governante brasileiro salientou que, no que se refere ao transplante de órgãos humanos, a central de transplantes do Brasil “está à total disposição”.

“[No que diz respeito] à formação das equipas de cirurgia cardíaca de hemodinâmica, como foi solicitado pela senhora ministra, coloco à disposição o Instituto Nacional de Cardiologia no Rio de Janeiro e o Incor (Instituto do Coração) no São Paulo, que são as nossas duas ilhas de excelências para que Angola possa ter grandes equipas”, frisou.

O ministro da Saúde do Brasil considerou a formação dos médicos extremamente importante, acrescentando que é fundamental que a enfermagem esteja inserida dentro dessa capacitação. “Nós definimos a enfermagem como a coluna vertebral, a sustentação do nosso sistema de saúde. Que seja muito bem-vindo o corpo de enfermagem de Angola junto do nosso país”, salientou.