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Pinto Luz quer tirar PSD do "campeonato dos pequeninos" e quer "ganhar as autárquicas"

Este artigo tem mais de 4 anos

Miguel Pinto Luz apresentou candidatura à liderança do PSD focado em tirar o partido do "campeonato dos pequeninos". Quer ganhar autárquicas e não admite cenários que não o de ganhar à primeira volta.

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JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

É a próxima grande batalha. Todos os candidatos a líder do PSD sabem que vão ter pela frente, em 2021, a oportunidade de voltar a pintar de laranja o mapa autárquico em Portugal e de ficar com uma vitória em carteira. Mas nem todos o assumem. Depois de Rui Rio ter jogado a cartada do realismo, afirmando apenas que a ambição é “recuperar muitas das câmaras perdidas”, Luís Montenegro anunciou na apresentação da sua candidatura que a ambição era “mesmo ganhar eleições”, não só as autárquicas como as próximas legislativas, como as legislativas seguintes. E agora foi a vez de Miguel Pinto Luz apontar também para o alto: objetivo é tirar o partido do “campeonato dos pequeninos”, voltar a pô-lo na primeira liga da política e “ganhar as próximas eleições autárquicas” para, depois, “liderar o governo”. Vontade “imensa” não lhe falta, mas Pinto Luz sabe que o “caminho é difícil, longo e repleto de obstáculos”. Em todo o caso, não admite equacionar outros cenários que não o de ganhar à primeira volta.

“Estou aqui perante vós com uma vontade imensa. A vontade, a energia e a ambição de liderar o PSD, de ganhar as próximas eleições autárquicas e naturalmente reconquistar a confiança dos portugueses para liderar o governo do nosso país. Quero contar com os que estão comigo e com os meus adversários para a construção dessas vitórias. Não ignoro que o caminho é difícil, longo e repleto de obstáculos. Mas não me resigno perante as dificuldades. Sei que trago comigo a coragem das convicções para liderar um projeto político, mobilizador e de mudança para a sociedade portuguesa”, disse já na fase final do seu discurso de quase meia hora, feito “à americana”, num palco montado em 360º, com um moderno teleponto estrategicamente posicionado do lado esquerdo e do lado direito, para não estar a olhar para baixo enquanto lia o discurso.

O cenário, de resto, montado no Pátio da Galé, em Lisboa, transpirava modernidade. É isso que o autarca de Cascais quer catapultar para o PSD: a ideia de um partido “vencedor, dinâmico, relevante, capaz de mobilizar a sociedade portuguesa”, capaz de “atrair novos rostos” e capaz de “agregar os setores mais criativos da sociedade”. Inovação, inteligência artificial, revolução digital, mudança foram palavras repetidas durante a intervenção. “Nós somos a mudança”, resumiu.

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Anti-Rio e pró-Passos. Montenegro II?

Numas eleições diretas disputadas a três, uma das questões que se coloca é saber distinguir as três candidaturas e perceber que espaço ocupa cada uma. Foi isso que Miguel Pinto Luz tentou fazer esta segunda-feira no Pátio da Galé, em Lisboa: é anti-Rio e tudo o que Rui Rio representa, por um lado, e não nega a herança do passismo, porque foi com ele que o PSD “voltou a ser portador de valores reformistas”, por outro. Ou seja, Miguel Pinto Luz parece ocupar o mesmo espaço que Luís Montenegro, mas rejeita que uma candidatura sua sirva para dispersar os votos anti-Rio, defendendo que o seu objetivo é mesmo ganhar à primeira volta.

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A herança do passismo, contudo, terá de a disputar com Montenegro. “O PSD cresceu sempre quando foi capaz de apresentar algo novo ao país”, começou por dizer, escolhendo depois elogiar três ex-líderes do partido, para provar a sua tese: Francisco Sá Carneiro, porque foi com ele que o PSD se tornou uma “referência incontornável da social-democracia do estilo europeu”; Cavaco Silva, porque foi com ele que o PSD deu “um novo impulso à economia portuguesa, dando à iniciativa privada o espaço que ela merece”; e, por fim, Pedro Passos Coelho, pelos valores “reformistas” que representa.

É com base nessas referências que Miguel Pinto Luz quer assentar os pilares da sua candidatura. Nisso, e na oposição ao rioísmo. Ainda esta segunda-feira o seu mais recente apoiante, Marco António Costa, comparou-o a Cavaco Silva, que também era “improvável e desconhecido”, comparação essa que Pinto Luz admite ser “honrosa” mas dando o devido desconto: “são elogios de amigos”.

O nome de Rui Rio não foi ouvido neste final de tarde no Pátio da Galé — a não ser que se conte com o hino “Nós somos um rio” que se ouviu no final da intervenção — mas não faltaram referências à ideia de que a candidatura de Miguel Pinto Luz é, tal como a de Luís Montenegro, uma candidatura de oposição à recandidatura do atual líder do partido, nomeadamente uma oposição à ideia de um partido fragmentado e que vive em torno do líder. “Há quem só goste de uma parte do PSD e quem não gosta deste PSD, que dê lugar a quem goste e queira lutar por Portugal“, disse, acrescentando ainda que “quando se gosta, não se tenta diminuir o partido, concelhia a concelhia, distrital a distrital, apenas para ter o partido à sua imagem e semelhança”. Tudo críticas veladas a Rui Rio.

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O momento em que abordou de forma mais direta o atual líder do partido foi quando disse que as “preocupações” com o futuro do PSD se agravaram ainda mais depois das eleições de 6 de outubro, quando o PSD “não conseguiu chegar aos 28%”. O problema, disse, não é de agora, é conjuntural, já que desde 2002 que o PSD não consegue ir para lá dos 40% nas urnas, e é essa tendência de Miguel Pinto Luz quer inverter. A ideia, diz, é “construir uma oposição de confiança”, primeiro, para conduzir o PSD “novamente ao governo”, depois.

Na plateia circular do Pátio da Galé encontravam-se apoiantes de Pinto Luz como José Matos Rosa, ex-secretário-geral de Passos que será diretor de campanha, José Eduardo Martins, Mira Amaral, Luís Newton, o atual líder da distrital de Lisboa Ângelo Pereira, passando por atuais deputados como Alexandre Poço (JSD), Sandra Pereira, Carlos Silva e Ana Miguel, o rosto escolhido por Rui Rio para encabeçar a lista de Aveiro nas últimas legislativas. Portanto, pelo menos quatro atuais deputados da bancada parlamentar escolhida por Rui Rio. Número que contrasta com os deputados que estiveram, há uma semana, na apresentação da candidatura de Luís Montenegro: apesar de a sala se ter enchido com rostos da antiga bancada parlamentar, apenas dois (Pedro Pinto e Pedro Alves) transitaram para a atual composição do PSD no Parlamento.

O objetivo de Miguel Pinto Luz, contudo, não é baralhar as contas. É mesmo “ganhar, e se possível, ganhar à primeira volta”. Questionado pelos jornalistas sobre se a sua candidatura serve para forçar uma segunda volta (só com mais de metade dos votos é que um candidato é eleito à primeira volta), Pinto Luz rejeitou a ideia. “Não, estou aqui a apresentar uma candidatura para ganhar, e ganhar se possível à primeira volta”, disse, insistindo que é aos restantes dois candidatos que deve ser feita a pergunta “quem apoiam em caso de uma segunda volta”. Quanto a Pinto Luz, garante que não equaciona cenários desse tipo.

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