A Ford apresentou o seu primeiro modelo eléctrico, o Mustang Mach-E, um SUV com ar de coupé alimentado por bateria. E a marca americana não se poupou a esforços para agradar a quem pretende adquirir um veículo deste tipo, pois dotou-o com baterias generosas, motores possantes, entre 258 e 465 cv, tracção atrás e 4×4 e autonomias até 540 km com sistema AWD e 600 km se dotado com apenas RWD.

Com um cocktail tão completo, não faltou quem suspeitasse que seria necessário esperar alguns anos até que o Mustang Mach-E começasse a dar lucro, eventualmente apenas depois de ter uma gama mais reforçada que garantisse algumas sinergias. Daí o espanto quando o CEO da Ford, Jim Hackett, anunciou, através da Bloomberg, que o Mustang eléctrico conseguirá ter lucro a partir da primeira unidade produzida.

As vendas não vão arrancar nos próximos 12 meses, estando apenas previstas para final de 2020, para a versão mais acessível (a Select) e a mais desportiva (GT Performance) chegarem somente no início de 2021. Isto significa que a Ford pode estar a contar com previsões optimistas relativas à redução do custo das baterias, o que fará maravilhas à rentabilidade do modelo. Um dado importante, tanto mais que os preços anunciados são reduzidos.

Além da surpresa que consiste em conseguir ganhar dinheiro logo no arranque do projecto, existe aqui uma segunda surpresa, que é ter rentabilidade com um veículo eléctrico. Segundo algumas marcas, trata-se de um tipo de produto que em que a maioria dos fabricantes convencionais, como a Ford, gera prejuízos e vai continuar a gerar nos próximos anos. Atendendo a que esta é a posição de alguns construtores, a afirmação do CEO da Ford poderá levar muitos dos concorrentes a regressar às folhas de Excel para refazer os seus cálculos.

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