O objetivo do Governo é fixar uma referência para a atualização das tabelas salariais por negociação coletiva e, ao contrário do que aconteceu nas negociações sobre o aumento do salário mínimo, parece haver alguma convergência. É o que escreve o Jornal de Negócios, que falou com os parceiros sociais sobre a expectativa com que partem para a negociação: pelo menos a Confederação Empresarial (CIP) e a UGT convergem na meta — querem negociar aumentos de cerca de 3%, embora os patrões defendam que valor deve ser meramente indicativo.

Para a UGT, o valor de referência para o aumento dos salários através de negociação coletiva deve ser entre 3 e 4%, que é o intervalo definido para 2020 na política de rendimentos da UGT, enquanto para a CIP o valor deve estar algures entre os 2,8% e os 3%, mas deve ser meramente indicativo. Esse é pelo menos o ponto de partida destas duas entidades que fazem parte da concertação social para o arranque das negociações. “Mas o processo é dinâmico”, lembra o secretário-geral adjunto da UGT, Sérgio Monte, ao Negócios.

A aparente convergência, contudo, cinge-se pela CIP e UGT. A Confederação do Turismo defende que não faz sentido estabelecer um valor de referência para o aumentos dos restantes salários que estão acima do salário mínimo, sublinhando que o acordo poderia passar pela criação de patamares para o salário mínimo, com uma cláusula de salvaguarda que trave os aumentos caso a economia enfraqueça. Já a CCP prefere não adiantar valores para a contratação coletiva, esperando pelo Governo, e a CGTP faz depender qualquer tipo de acordo do fim da caducidade das convenções coletivas.

A primeira reunião da concertação social sobre este tema deverá acontecer para a semana, sendo que as confederações patronais esperam contrapartidas a nível fiscal ou de fundos comunitários.

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