A juíza proferiu a sentença e a revolta foi quase imediata: 14 anos de prisão para o arguido que deu a facada nas costas que tirou a vida a Vítor Coimbra, de 22 anos, e absolvição para o arguido que assistiu a tudo e nada fez para impedir o crime. Nesta quinta-feira, no Tribunal de Viana do Castelo, a raiva tomou conta dos pais, irmãos e viúva de Vítor, que estava grávida do terceiro filho, embora ainda não soubesse, no dia da sua morte.

No final da leitura da decisão, rodeada de fortes medidas de segurança por parte das forças policiais, os familiares do jovem morto à facada em dezembro de 2018 gritaram “palhaçada” e “injustiça”.

“A juíza não foi justa com a família. Um mata, o outro ajuda-o, deixa-o morrer no chão e é absolvido. Digam-me que justiça é esta?”, disse António Coimbra, pai da vítima, citado pelo Jornal de Notícias (conteúdo pago).

A polícia foi mesmo chamada a intervir, na sequência dos insultos e ameaças da família aos arguidos e juíza.

Em dezembro de 2018, os dois arguidos dirigiram-se com as namoradas a casa de um ex-namorado de uma delas que, alegadamente, a perseguia com mensagens de cariz sexual, ameaças e insultos através do telemóvel. Por acaso, Vítor encontrava-se em casa desse jovem e foi apanhado no meio de uma contenda que não era sua. O jovem foi atingido com uma faca nas costas e morreu uma hora depois no hospital de Viana.

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Os agentes da PSP presentes no interior do tribunal mobilizaram-se para impedir desacatos que vieram a ocorrer já no exterior do edifício, na principal avenida da cidade, quando o homem condenado entrou na carrinha celular.

Nessa altura, viveram-se momentos de muita tensão, com os agentes da PSP a agarrarem os familiares da vítima para evitar que chegassem ao carro celular.

Os familiares da vítima permaneciam, pelas 15h10, no exterior do tribunal, a aguardar a saída do homem que foi absolvido, sendo vigiados de perto por mais de uma dezena de elementos da polícia, à paisana e fardados.