Um homem, de 36 anos, foi detido em Évora por sequestro agravado da ex-companheira e dos três filhos menores, além de estar indiciado por abuso sexual da enteada e violência doméstica, revelou hoje à agência Lusa fonte judicial.

A detenção foi efetuada na quarta-feira pela Unidade Nacional Contra-Terrorismo (UNCT) da Polícia Judiciária (PJ), em articulação com a Unidade Local de Investigação Criminal de Évora, segundo um comunicado hoje divulgado.

Além da indiciada prática de crimes de sequestro agravado, o arguido encontra-se fortemente indiciado pela prática de crimes de abuso sexual de criança agravado, de abuso sexual de menor dependente e de violência doméstica”, pode ler-se no comunicado da PJ.

A operação foi desenvolvida na sequência da comunicação de uma situação de sequestro agravado, ocorrida no dia 10 deste mês, tendo o homem sido detido fora de flagrante delito.

A mesma fonte explicou à Lusa que o caso aconteceu na cidade de Évora e que o casal está separado “desde março”, mas “ainda está casado”, tendo sido a própria mulher que apresentou queixa por sequestro na PSP local.

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A comunicação às autoridades dava conta de uma situação de sequestro, ocorrida quando a ex-companheira do homem, do qual tem três filhos menores, foi buscar os dois mais novos, um casal, de três anos, a casa do suspeito, relatou a fonte. “A mulher, acompanhada pela filha de 13 anos, foi buscar os dois filhos mais novos, mas o indivíduo impediu-a de sair da casa dele. O sequestro durou essa noite e, depois, ele teve receio de que alguém desse pela falta dela e libertou-a a ela e aos três filhos”, contou a mesma fonte.

Depois do alerta, as autoridades policiais, segundo a fonte, “aperceberam-se de que era uma situação de grande perigosidade, até pela instabilidade emocional do indivíduo, que é muito violento”, o que justificou “a atuação com a máxima rapidez”.

As diligências desenvolvidas permitiram perceber que, “além desta situação”, o homem “já tinha estado preso por violência doméstica” contra a mulher, que tem “aproximadamente a mesma idade”, e “também havia a correr contra ele” na Unidade Local de Investigação Criminal de Évora “um inquérito por alegados abusos sexuais de uma filha da companheira, ou seja, da enteada”.

Segundo a fonte, a preocupação “foi acautelar a integridade física e até a vida destas pessoas”, não só por se tratar de “um quadro de violência doméstica”, mas também por “estarem em causa outros crimes graves”, pelo que “impunha-se pôr termo à prática dos crimes e sobretudo proteger as vítimas”.

Das diligências desenvolvidas no âmbito do inquérito, titulado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Évora, resultou “a apreensão de relevantes elementos probatórios, incluindo uma arma branca”.

O homem foi presente a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Instrução Criminal de Évora e ficou sujeito à medida de coação de prisão preventiva, a mais gravosa.