A porta-voz da diplomacia europeia, Maja Kocijancic, exigiu esta quinta-feira que as autoridades iranianas optem pelo “diálogo inclusivo” em vez do uso da violência nos protestos no país e enviou as condolências às famílias das vítimas.

“Os protestos em várias cidades iranianas nos últimos dias têm levado, segundo relatórios, a graves perdas de vidas e deixaram muitas pessoas feridas. Transmitimos as nossas condolências às famílias das vítimas e desejamos a rápida recuperação dos feridos”, afirma a responsável em comunicado.

Mais de 100 manifestantes podem ter sido mortos nos protestos no Irão, admite Amnistia Internacional

Para Maja Kocijancic, “os desafios socioeconómicos” no Irão “devem ser enfrentados por meio de um diálogo inclusivo e não pelo uso da violência”. “Esperamos que as forças de segurança do Irão exerçam o máximo de contenção ao lidar com os protestos e que os manifestantes se manifestem pacificamente [já que] qualquer violência é inaceitável”, vinca a porta-voz da diplomacia da União Europeia (UE). Maja Kocijancic adianta, na nota, que “os direitos à liberdade de expressão e reunião devem ser garantidos”, apelando ainda a que as autoridades iranianas “garantam o livre fluxo de informação e acesso à internet”.

O movimento de contestação foi desencadeado na sexta-feira à noite, horas depois do anúncio de uma reforma na subvenção dos combustíveis, com fortes aumentos dos preços, cujo rendimento se destinará aos mais desfavorecidos. O Irão vive uma grave crise económica. Entretanto, as autoridades confirmaram a morte de cinco pessoas (quatro polícias e um civil), mas a organização Amnistia Internacional indicou na terça-feira que mais de 100 manifestantes terão sido mortos. “O verdadeiro balanço pode ser bem mais elevado, sugerindo algumas informações que até 200 pessoas podem ter sido mortas”, adiantou a Amnistia num comunicado.

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