Agora com sinal reforçado em Lisboa 98.7 FM No Porto 98.4 FM Mundo / Brasil Seguir Vila Galé já estuda novo "resort" na região do Brasil onde abandonou projeto após críticas Depois de abandonar projeto que tinha planeado para a região da Bahia, o Grupo Vila Galé vai avançar com uma nova unidade hoteleira na mesma região do Brasil. Agência Lusa Texto 22 Nov 2019, 14:39 i ▲O Vila Galé foi alvo de críticas que apontavam que ia investir numa potencial zona de reserva indígena, tendo anunciado que ia abandonar o projeto em 18 de novembro RICARDO BERNARDO/LUSA ▲O Vila Galé foi alvo de críticas que apontavam que ia investir numa potencial zona de reserva indígena, tendo anunciado que ia abandonar o projeto em 18 de novembro RICARDO BERNARDO/LUSA O Grupo Vila Galé vai mesmo avançar com uma nova unidade hoteleira na mesma região do Brasil onde decidiu abandonar o projeto que tinha após as críticas de que ia investir em potencial zona de reserva indígena.“A desistência [desse projeto] em Una [Bahia] resulta de um clima que nos foi criado e que um dia ainda hei de entender porquê. Não tem base nenhuma. Era numa área que não tem vestígios nenhuns de ter tido alguma vez na vida indígenas”, disse o presidente do Vila Galé, à margem do 31.º Congresso Nacional de Hotelaria e Turismo, organizado pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), que termina hoje em Viana do Castelo. Em 18 de novembro, o grupo Vila Galé anunciou que ia abandonar o projeto para a instalação de um resort na região da Bahia, que esteve debaixo de críticas por estar previsto para um local de potencial reserva indígena. Argumento que sempre foi refutado pelo grupo.“Quer o Congresso, quer a Prefeitura de Una, quer o governo Federal, a Embratur, o Ministério do Turismo, o Ministério da Agricultura, toda a gente nos apoiou neste projeto”, reforçou, acrescentando que o apoio das entidades brasileiras vão levar o grupo “a fazer outro projeto na mesma região”.O responsável admitiu que, desde a desistência em avançar com aquele mega resort, já lhe foram apresentadas “duas ou três novas oportunidades” e que vão avançar “com uma delas”, só que “mais devagar”, pois o grupo quer “estudá-las bem”, nomeadamente a nível ambiental. Não era justo que aquelas populações e aquela Prefeitura, com um prefeito de mão cheia, daqueles que corre atrás, que ficasse privado de uma oportunidade de ter ali um negócio para valorizar todo aquele sítio”, afirmou ainda.Aquando o anúncio da desistência, no início da semana, a Vila Galé já tinha referido que em abril de 2017 “foi convidada pelo governo da Bahia e Prefeitura de Una para realizar um investimento num mega resort para ajudar ao desenvolvimento da região de Una, tendo sido estabelecida uma parceria com a empresa proprietária dos terrenos”, garantindo que realizou todos os estudos e projetos, que foram aprovados pelas autoridades competentes e que, “ao longo de todo esse tempo, não surgiu qualquer reclamação ou reivindicação, apesar de ser pública e notória em toda a região a notícia do projeto”.O grupo adiantava ainda, num comunicado, que não há sinais de ocupação ou utilização indígena num raio de muitos quilómetros e “não existe qualquer reserva indígena decretada para” a área em causa “nem previsão de a vir a ser”. “Passaram três mandatos governamentais anteriores, com vários ministros da Justiça e nenhum deles aprovou a demarcação das terras indígenas”, garantiu a empresa portuguesa. “Entretanto, tratando-se de um tema delicado que suscita estados emocionais por parte de alguns setores, fomos acusados de falsidades inconsistentes e graves”, criticou o grupo, no mesmo comunicado.A Vila Galé revelou, então, que ia ser forçada a “abandonar” o projeto, isto, “apesar de os projetos estarem aprovados e terem o apoio explícito da Prefeitura de Una, do governo Estadual da Bahia e dos órgãos de Turismo do governo Federal, por se tratar de uma obra de maior relevância económica e social”, acusando ainda “alguns poucos sem razão [de] prejudicarem toda uma população que se vê privada da oportunidade de ter emprego num projeto de prestígio”.“Não é de nosso interesse que um hotel resort Vila Galé nasça com a iminência de um clima de guerra ainda que injusta e sem fundamento (…)”, criticou o grupo. O empreendimento estimava criar mais de 500 empregos diretos e cerca de 1.500 indiretos, segundo o Vila Galé.