O treinador do Tottenham, o português José Mourinho, quer garantir a qualificação para os oitavos de final da Liga dos Campeões na terça-feira, frente ao Olympiacos, e deixa para mais tarde pensamentos sobre o triunfo na prova.

“Gosto desta competição, como qualquer um no futebol. É algo que todos sonham, e nem todos foram felizes o suficiente como eu para a vencer duas vezes. Se quero vencer uma terceira? Claro que gostaria, mas estou consciente das dificuldades e, nesta altura, honestamente, não é a altura para falar nisso, mas para garantir a qualificação“, afirmou, na conferência de imprensa de antevisão do jogo no campo de treinos em Endfield, no norte de Londres.

O técnico luso lembrou que as equipas que treinou anteriormente na competição, na qual vai disputar na terça-feira o 148.º jogo, nunca foram eliminadas na fase de grupos porque o objetivo foi sempre a qualificação.

O jogo da amanhã [terça-feira] é o jogo que nos pode dar a qualificação e temos de perceber que não vai ser um jogo fácil, perante um bom adversário, com um bom treinador, que conheço bem. Empatámos em Atenas, o que mostra que não existe uma grande diferença entre as duas equipas. Vai ser um jogo difícil para nós, mas esperamos conseguir o resultado que precisamos para nos qualificarmos”, acrescentou.

Apesar da longa experiência em competições europeias, Mourinho nunca defrontou o Olympiacos, mas segue o futebol grego pela presença constante de treinadores portugueses, na atualidade Abel Ferreira, no PAOK, e Pedro Martins, no Olympiacos.

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“Nunca pensei que iria jogar contra o Olympiacos, por isso não segui com atenção. Na última época, vi-os jogar. Já estavam com o Pedro (Martins), por isso a filosofia, a visão, a forma de jogar já lá estavam. Nós fizemos o nosso trabalho de casa”, assegurou.

Este vai ser o segundo jogo de José Mourinho à frente da equipa, depois da estreia no sábado com um triunfo por 3-2 no reduto do vizinho West Ham, para a Primeira Liga inglesa, e os jogadores ainda estão a adaptar-se ao estilo do português.

“Os seus feitos falam por si: é muito experiente e ganhou muitas coisas, é um prazer tê-lo aqui. Ainda não trabalhámos muito juntos e com os jogos a acontecerem tão depressa, ainda não tivemos tempo para trabalhar no campo de treinos. Parece simpático”, comentou o avançado Dele Alli, na conferência de imprensa.

Confirmando uma conversa com o português, em que este lhe terá perguntado se ele era o Dele Alli ou o irmão, devido à forma como tem jogado ultimamente, abaixo do nível esperado, o internacional inglês riu-se.

“Foi a primeira coisa que ele me disse. Foi engraçado. Já tivemos algumas conversas e essa foi uma delas. Espero conseguir mostrar-lhe quem sou”, contou, acrescentando que “não foi nada de novo, mas ter alguém a dizê-lo de maneira frontal foi bom porque muitas pessoas prefeririam dizê-lo nas costas”.

O técnico português, que sucedeu a Maurício Pochettino no comando da equipa inglesa, recebe o Olympiacos, treinado pelo compatriota Pedro Martins e no qual alinham José Sá, Rúben Semedo e Podence, na penúltima ronda do Grupo B, na expectativa de acompanhar o Bayern Munique rumo aos ‘oitavos’.

A nova equipa de José Mourinho, técnico que venceu a principal prova europeia de clubes em 2003/04, pelo FC Porto, e 2009/10, ao serviço do Inter Milão, precisa de vencer os gregos para ficar a salvo de uma surpresa do Estrela Vermelha frente ao Bayern, mas até o empate pode ser suficiente.