Até 2023, 57,8% dos professores do quadro poderão aposentar-se. Os dados, citados pelo jornal Público, constam do estudo que o Conselho Nacional de Educação (CNE) fez sobre o regime de seleção e recrutamento do pessoal docente na educação pré-escolar e nos ensinos básicos e secundários, a pedido do Parlamento.

Segundo o CNE, a classe pode “anunciar uma carência mais generalizada, num futuro próximo, devido ao envelhecimento da população docente e previsíveis aposentações”. Cerca de 53% dos professores têm 50 anos ou mais, sendo que apenas 1,1% se situam abaixo dos 35 anos. Uma situação que se complica quando se olha para a atratividade da profissão: de acordo com o mesmo estudo, nos últimos cinco anos, o número de alunos inscrições nas áreas de formação para a docência caiu para metade.

Entre as razões apontadas para esta situação, constam do documento a “conflitualidade que marcou este ano letivo” (2018/2019), o “estado de exaustão de que muitos [professores] se queixam”, o facto de a evolução na carreira se fazer lentamente — com 58,4% dos docentes a ocuparem os primeiros quatro escalões dos índices remunerados e 0,02% o último — e o sistema de recrutamento. Sobre este, o CNE apontou que “é transparente, mas não diferencia os candidatos nem responde às necessidades das escolas com projetos singulares”.

Contactado pelo Público sobre esta questão, o Ministério da Educação disse que “está a analisar, com detalhe, as necessidades de substituição de professores por via de aposentação, para identificar necessidades por grupo de recrutamento e por região”.

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