A Uber ficou sem licença para operar em Londres, depois de o regulador dos transportes da capital britânica ter identificado “um padrão de falhas” de segurança, de acordo com a Reuters.

A empresa de transportes individual de passageiros em veículo descaracterizado (TVDE) alterou a aplicação, permitindo a condutores não autorizados que fizessem upload das suas fotografias para contas de outros condutores. Desta forma, qualquer condutor pôde trabalhar para a Uber como se fosse o motorista com a licença original. Segundo o regulador, Transport of London (TfL), citado pela agência de notícias, esta falha ocorreu em 14 mil viagens.

“A TfL identificou um padrão de falhas da empresa, incluindo várias quebras de segurança que colocaram os passageiros e a sua segurança em risco”, disse a autoridade de transportes esta segunda-feira.

A Uber já considerou a decisão do regulador como “extremamente errada”, numa declaração citada pela agência Lusa, anunciando que vai recorrer. A empresa tem agora três semanas para contestar a decisão.

Enquanto durar o litígio — um processo que se pode arrastar por vários meses, segundo a Reuters —, os 45 mil motoristas que trabalham para a empresa em Londres podem continuar a operar na cidade

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Não é a primeira vez que a Uber tem problemas com o regulador londrino. Em 2017, a TfL rejeitou a renovação de licença, acusando a empresa de não cumprir as regras de reporte de infrações penais graves e de não fazer uma verificação dos perfis dos condutores.

Na sequência desse processo, e depois de a empresa ter feito várias mudanças ao modelo de negócio, um tribunal acabou por conceder, em 2018, uma licença temporária de um ano e três meses. Em setembro, o regulador londrino renovou ainda a licença por dois meses, para que Uber resolvesse os problemas.

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Antes desta decisão, a Uber prometeu avançar com várias medidas, como a criação de um butão que tanto motoristas como passageiros pudessem carregar em caso de problema; mais formação de segurança para os motoristas; e uma ligação direta a serviços de emergência. No entanto, ainda que reconheça que alguns dos problemas foram abordados pela Uber, o regulador desconfia que os problemas vão continuar: “A TfL não acredita que problemas semelhantes não venham a ocorrer no futuro”.