A fase de instrução do processo Hells Angels começa esta quarta-feira no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), em Lisboa, com a inquirição de dois dos arguidos.

A juíza de instrução Conceição Moreno marcou sessões até 19 de dezembro para interrogar 27 dos 71 acusados que pediram a abertura desta fase judicial facultativa e pretende ouvir dois arguidos por sessão. Quarta-feira serão inquiridos os arguidos Jorge Lourenço e Vítor Pereira.

Recentemente, 37 dos 40 arguidos do processo que se mantinham em prisão preventiva e em prisão domiciliária foram postos em liberdade porque o prazo máximo (um ano e quatro meses) de prisão preventiva expirou sem que houvesse decisão instrutória (de levar ou não os arguidos a julgamento).

Ao abrigo do processo principal, continuam em prisão preventiva três dos elementos que foram detidos mais tarde. Os arguidos estão acusados de associação criminosa, tentativa de homicídio qualificado agravado pelo uso de arma, ofensa à integridade física, extorsão, roubo, tráfico de droga e detenção de armas e munições, entre outros crimes.

A acusação sustenta que os 89 arguidos, do grupo Hells Angels, elaboraram um plano para aniquilar os motards rivais, através da força física e de várias armas para lhes causar graves ferimentos, “se necessário até a morte”, incluindo Mário Machado (líder do movimento de extrema-direita Nova Ordem Social), que é assistente no processo.

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Os procuradores concluíram que a atuação dos implicados no processo “obedeceu a um planeamento operacional, através do recrutamento de membros e apoiantes, obtenção de armamento, vestuário de camuflagem, meios de transporte, definição de pontos de concentração e de tarefas durante o ataque, bem como planeamento da fuga”.