O concerto “Nascente” vai recorrer aos cinco sentidos para promover a utilização racional da água e o respeito pelo ambiente, num espetáculo multimédia promovido no sábado, em Leiria, pelos Serviços Municipais de Água e Saneamento (SMAS).

A produção assinala os 86 anos do SMAS Leiria e já esgotou, com uma semana de antecedência, a capacidade do Teatro José Lúcio da Silva: 700 pessoas vão sentir na pele, e não só, um conjunto de experiências relacionadas com a água e as alterações climáticas. “Este concerto sensorial visa alertar consciências, não só relativamente às questões ambientais, mas também no que diz respeito à utilização da água”, explica o diretor delegado dos SMAS Leiria.

Leandro Sousa espera que a música “desperte muita gente” para “a emergência climática” e para “uma utilização racional e eficiente da água”. À música, juntam-se sensações produzidas por “operadores de emoções”, numa produção que promete explorar os cinco sentidos.

A direção artística está entregue aos maestros Luís Paulo Salgado e Noé Gonçalves, que vão dirigir uma banda filarmónica, duas bandas pop rock e 90 coralistas de cinco grupos diferentes. Ao todo, estão envolvidos 150 músicos. “Esperamos sensibilizar as pessoas através da música”, diz à agência Lusa Luís Paulo Salgado, que escolheu um programa à base de obras inspiradas na natureza e na água. “Há muito por onde escolher, obras fabulosas, com efeitos sonoros diferentes, muito agradáveis a quem ouve”, promete o maestro.

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Luís Paulo Salgado destaca uma obra inspirada “numa grande tempestade que aconteceu no norte da Europa, em 2007, e que remete para o problema das alterações climáticas”, e uma outra, em suaíli, “Baba yetu”, “relacionada com o rezar para que caia chuva”.

Preparado ao longo dos últimos quatro meses, “Nascente” é “um espetáculo único no país”, sublinha Carla Faustino, dos SMAS, uma vez que “envolve mesmo os cinco sentidos”. “Sem revelar tudo, vamos recorrer a sons, vento, palato… Queremos que surjam as emoções todas, como respeito, medo ou emoção”, acrescenta a responsável.

A intenção é lembrar que, tal como cidades nos Estados Unidos, África do Sul ou no Egito, que há cidades sofrem com falta de água potável, “esse problema grave que também aqui pode acontecer”. “Queremos que as pessoas entendam, através do que preparámos, o que é beneficiar deste recurso e qual o papel de cada um de nós, para que não achemos que são os SMAS, o Governo ou o Estado que têm de resolver. Todos temos a nossa responsabilidade. Queremos que saiam felizes deste espetáculo, mas conscientes desta mensagem”, reforça.