Uma das 51 vítimas mortais até agora confirmadas do sismo que atingiu a Albânia, na terça-feira, era a futura nora do primeiro-ministro. Também o irmão, a mãe e o pai de Kristi Reçi, de 25 anos, noiva do filho de Edi Rama, morreram naquele que já foi considerado o maior tremor de terra a atingir o país nos últimos quarenta anos.

A notícia foi avançada pelo noivo, Gregor Rama, na sua conta de Instagram, diz a estação de televisão americana CNN. Pelo que o Observador conseguiu apurar, a foto terá sido, entretanto, retirada, mas na descrição podia ler-se:  “Entre as muitas vítimas desta tragédia está também a pessoa que me é mais próxima juntamente com o seu irmão, mãe e pai”. O filho do primeiro-ministro terá acrescentado que estas quatro vítimas estavam “debaixo dos escombros”. Kristi Reçi era estudante de medicina.

Outra confirmação da morte da estudante veio por parte de um dos professores da universidade onde a jovem albanesa estudava. Na publicação pode ler-se: “Entre as vítimas do terremoto está a nossa aluna, Kristi Reçi”. “Que descanse em paz e condolências às famílias!”, acrescenta.

Mes viktimave te termetit edhe studentja jone, e ndjera Kristi Reçi. Per te dhe per te gjithe viktimat e kesaj dite te kobshme; ju qofte perhere e gjelber lendina, u prehshi ne paqe dhe ngushellime familjeve!

Posted by Arben Gjata on Tuesday, November 26, 2019

Nos escombros estava o corpo de uma mulher abraçada aos seus dois gémeos e ao filho de sete anos

As equipas de resgate concluíram as operações de busca porque não esperam encontrar mais sobreviventes do sismo de magnitude 6.4 na escala de Richter disse esta sexta-feira o primeiro-ministro.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O maior número de mortes (25) foi registado na cidade turística de Durres, na costa do Adriático, seguida pela cidade de Thumana (23) e Kurbin (uma), norte Tirana. “Entre as últimas vítimas encontradas estão os corpos de uma mulher abraçada aos seus dois gémeos e ao seu filho de sete anos, que estavam nos escombros de um prédio que desabou em Kenete, nos subúrbios de Durres”, disse Rama.

De acordo com o primeiro-ministro, 45 pessoas podem estar ainda desaparecidas. Segundo Edi Rama, em Durres, 877 casas foram destruídas e no distrito de Tirana, onde está localizada a cidade de Thumana, também severamente afetada pelo terremoto, 78 edifícios estão parcialmente danificados ou inabitáveis. O primeiro-ministro adiantou também que todas as pessoas que passaram as últimas noites em tendas instaladas num campo desportivo em Durres vão ser transferidas para hotéis.

Em declarações à imprensa, Edi Rama disse que enviou esta sexta-feira cartas a muitos países a pedir ajuda financeira. “Acabei de enviar cartas aos governos que vão desde a Alemanha à Austrália, da Grã-Bretanha ao Japão, da Suécia à Malásia, nas quais chamo a atenção para a Albânia”, disse Rama, antes de acrescentar que até agora receberam cinco milhões de euros e 1,5 milhões de dólares, uma quantia insuficiente para fazer face aos danos.

O governante indicou que as equipas terminaram as operações de socorro e, por isso, a avaliação dos danos materiais causados pelo sismo vai começar.

Centenas de pequenas réplicas do sismo de terça-feira têm sido sentidas na Albânia, causando o pânico na população, mas não ultrapassaram a magnitude 5 na escala de Richter. Muitas pessoas em Durres e Tirana voltaram a passar a noite ao ar livre ou refugiados nos seus carros com medo de que os tremores pudessem causar mais danos.

Outros até deixaram a cidade e seguiram para locais mais seguros no leste do país. Especialistas da Grécia, Itália, Turquia, França, Croácia, Roménia, Kosovo, Sérvia, Montenegro, Macedónia do Norte, Suíça, Israel e Estados Unidos participaram das operações de resgate.

Número de mortos atualizado

Este sábado, o balanço de vítimas do sismo que atingiu esta semana a Albânia aumentou para 51 mortos e as operações de resgate terminaram, anunciou o primeiro-ministro albanês, agradecendo às equipas de salvamento nacionais e estrangeiras que estiveram no terreno.

“O número de vítimas do sismo superou as 50 e as operações de resgate terminaram”, declarou Edi Rama, que se mostrou emocionado, segundo relataram as agências internacionais, enquanto lia os nomes das vítimas durante uma reunião do Governo albanês.

O anterior balanço oficial dava conta de 49 mortos. Em relação aos feridos, o balanço oficial contabiliza 2.000, com o Ministério da Defesa albanês a indicar que 41 pessoas ainda estão hospitalizadas.

As autoridades albanesas acreditam que não existirão mais pessoas soterradas nos escombros dos edifícios que não resistiram ao forte abalo. Segundo Edi Rama, informações preliminares indicam que mais de 1.465 prédios na capital do país, Tirana, ficaram seriamente danificados.

As mesmas informações preliminares estimam que pelo menos 4.000 pessoas estão desalojadas.

O primeiro-ministro albanês manifestou ainda uma “profunda gratidão” para com as equipas de socorristas da Albânia e de outros países europeus, como França, Itália, Grécia e Roménia, que ajudaram a salvar cerca de 50 pessoas dos escombros.

(Artigo atualizado dia 30 de novembro com o último balanço oficial das vítimas)