Milhares de ativistas, na maioria jovens, estão a protestar nas ruas de Lisboa para exigir medidas do governo que protejam o planeta, sublinhando que já se sabe quais são “as soluções, mas faltam as ações”.

Os manifestantes em Lisboa associam-se a mais uma Greve Climática Global em defesa do planeta, que se está a realizar em cidades de todo o mundo.

São quase todos jovens e vêm de escolas, desde o ensino básico ao superior, mas também há ativistas mais velhos, como Deolinda Peralta. Aos 67 anos, Deolinda voltou a trocar o conforto de sua casa pelas ruas de Lisboa para exigir medidas, trazendo nas costas um gigantesco pano branco com uma mensagem: “Temos as soluções. Faltam as ações”. A mensagem não é de sua autoria. “Foi na escola da minha neta que inventaram”, contou à Lusa, lamentando que a neta, aluna do 8.º ano, não tenha participado no protesto desta sexta-feira.

As escolas deviam estar na linha da frente, mas não estão. São alguns alunos que se colocam à frente das escolas. Mas muitos têm medo de faltar as aulas”, disse, considerando que o problema que esta sexta-feira se discute nas ruas é muito mais importante que qualquer aula de aritmética.

A manifestação desta sexta-feira é a quarta que se realiza em Portugal e é a que tem menos participantes em Lisboa. Mas para a organização esse não parece ser um problema. Beatriz Farelo, uma jovem de 20 anos que está a fazer Erasmus na República Checa, esteve a organizar do protesto desta sexta-sexta por videochamada. Antecipou a viagem de regresso a casa para poder estar presente e contou à Lusa que a grande missão de hoje é conseguir mobilizar gente para a Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP25), que começa na segunda-feira em Madrid. No entanto deixou o apelo: “Não fiquem em casa!”.

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Quem nunca falha são os movimentos ambientalistas. A Lusa falou com ativistas do movimento A TERRA, que nasceu no ano passado para contestar a construção do aeroporto do Montijo. Foi precisamente nessa altura que a ambientalista Anne Faucnet trocou França por Portugal. Desde então vive em Lisboa e participa em todos os protestos.

Esta sexta-feira não foi exceção e trouxe Yaku, o seu “cão ativista”. Ambos traziam uma t-shirt com um avião e um sinal de proibido por cima. Anne diz que irá sair à rua todas as vezes que forem precisas até saber que conseguiram passar a sua mensagem: Não à construção de um novo aeroporto e à destruição da biodiversidade. Os manifestantes vão terminar o protesto em frente ao parlamento.