Bruno Lage tinha razões para sorrir no final do jogo com o Marítimo. Além da goleada, que reforçou a liderança do Benfica no Campeonato com o novo triunfo consecutivo na prova (e sexto em sete jogos sem sofrer golos), o técnico aumentou ainda mais a série de sucesso desde que assumiu os encarnados, em janeiro, na principal competição nacional, com um total de 88 pontos conseguidos em 93 possíveis (29 vitórias, um empate e uma derrota).

Pizzi e Vinícius e a bonita amizade entre o comandante e o soldado milhões (a crónica do Benfica-Marítimo)

Bruno Lage tinha razões para sorrir no final do jogo com o Marítimo. Com Seferovic lesionado e ainda longe do rendimento que atingiu sobretudo na segunda metade da última temporada, e com Raúl de Tomás em adaptação (lenta) a uma nova realidade e modelo de jogo, Vinícius, que também teve problemas físicos no arranque, ganhou lugar, leva 12 golos em 16 jogos e tem uma média de um remate certeiro em cada 59 minutos.

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Bruno Lage tinha razões para sorrir no final do jogo com o Marítimo. Em mais uma demonstração da influência que assume hoje no Benfica, Pizzi, que cumpriu o 250.º encontro pelos encarnados, igualou aquele que é o seu melhor registo de golos quando estamos ainda no final de novembro (15) e voltou a fazer também assistências para finalização, à semelhança do que já tinha acontecido na última jornada com o Santa Clara, nos Açores.

No entanto, Bruno Lage, que tinha razões para sorrir no final do jogo com o Marítimo, não deixou de enaltecer a qualidade da equipa na partida que se seguiu à eliminação da Liga dos Campeões com um empate amargo cedido no sexto minuto de descontos mas também não deixou passar em claro a expulsão de Gabriel por acumulação de cartões amarelos a meia hora do final do jogo, quando os encarnados já venciam por 4-0.

“Tínhamos de oferecer uma grande exibição aos sócios, aos adeptos que vieram de todo o lado. Isso tinha de ser fundamental e o ponto principal. Foi o que fizemos, durante 60 minutos fomos donos e senhores do jogo. Estou completamente satisfeito com o que fizemos, principalmente nos primeiros 60 minutos”, começou por dizer o técnico das águias, na zona de entrevistas rápidas da BTV após o final do encontro.

“Se ia tirar o Gabriel? Sim, era haver uma paragem, substituía o Gabriel e púnhamos mais um avançado. O Raúl [de Tomás] precisa disto, entrar num ambiente confortável, a ganhar 4-0, e depois marcar os seus golos. Sim, fiquei chateado. É normal, as coisas estavam planeadas. Não podemos reagir desta maneira só porque um adversário nos dá um toque, há valores e princípios que estão acima de tudo e têm de estar presentes em toda a vida”, salientou sobre a segunda expulsão do médio brasileiro na Primeira Liga desde que chegou ao Benfica.

“Aconteceu e não gostámos muito. Esse é o nosso trabalho, analisar, corrigir e treinar. Fiquei triste, aborrecido, primeiro porque o Raúl merecia entrar, tinha 30 minutos para entrar e estar confiante. O Gabriel deixou uma equipa de dez homens a correr num terreno de jogo pesadíssimo, a equipa e os nossos adeptos não mereciam que ficássemos reduzidos a dez elementos. No banco tento não transmitir emoções, mas há um momento em que elas aparecem. Às vezes parece que está aqui um menino de coro e não é assim, é um homem de 43 anos. O Gabriel está arrependido, é um assunto que vamos tratar com a atenção que merece, mas não vamos fazer um caso disso”, acrescentou Bruno Lage sobre a expulsão mais tarde, na conferência de imprensa.