As queimadas e o desmatamento na floresta da Amazónia voltaram a crescer em novembro, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) brasileiro.

O período coincide com o fim da atuação das Forças Armadas do Brasil na região, adianta o portal de notícias da rede Globo, o G1.

Ainda de acordo com os dados do INPE, entre agosto de 2018 e julho de 2019, o desmatamento nas áreas indígenas teve um aumento de 65% e nas unidades de conservação 35%.

A operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que envolveu dez mil soldados, na região da Amazónia, durou dois meses e terminou no fim de outubro.

Na altura foram combatidos quase dois mil focos de queimadas naquela floresta. Em agosto, o INPE registou quase 31 mil focos de queimada e em setembro e outubro, com a GLO, os números caíram para 19.900 e depois para 7.800.

Em novembro, já depois da saída dos militares, os focos aumentaram de novo para 10.200, refere o G1, citando dados do INPE.

Quanto ao desmatamento da floresta amazónica, este cresceu em agosto 223%, comparando com o mês homólogo de 2018.

Com a entrada da GLO, verificou-se um abrandamento no ritmo de crescimento do desmatamento, quer em setembro quer em outubro.

Porém, este voltou a aumentar em novembro 40% em relação ao mesmo mês do ano passado.

“É fundamental que o governo federal, os governos estaduais coloquem todo o seu poder de comando e controle, que inclui ações coordenadas entre o Ibama, a Polícia Federal, as Semas para coibir essa criminalidade”, disse a diretora de ciência do Ipam, Ane Alencar, citada pelo portal da Globo.

Por seu lado, Adriana Ramos, do Instituto Socioambiental considerou que “é preciso que o governo assuma a sua responsabilidade: apresente um plano para a sociedade e comece a enfrentar esse problema sob o risco de termos um desmatamento ainda maior no ano que vem”.

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O ministro do Ambiente do Brasil disse que, para combater o desmatamento, o Governo vai investir no desenvolvimento sustentável.

“Somente as operações de fiscalização, comando e controle não vão resolver o problema. Então, tem que melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem na Amazónia, prosperidade, desenvolvimento económico sustentável, isso sim é uma solução duradoura”, disse Ricardo Salles.

A Amazónia é a maior floresta tropical do mundo e possui a maior biodiversidade registada numa área do planeta, com cerca de 5,5 milhões de quilómetros quadrados e inclui territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (pertencente à França).