O alerta é da polícia federal dos Estados Unidos, o FBI, mas tornou-se público através da conta de Twitter do senador democrata Chuck Schumer: “Um alerta para partilhar com a minha família e amigos: neste ano, enquanto milhões estão a fazer o download da FaceApp, perguntei ao FBI se a app era segura. O FBI acabou de me responder. E disseram-me que qualquer app ou produto desenvolvido na Rússia, como a FaceApp, é uma potencial ameaça de contrainteligência”.

Apesar de não haver provas de que a aplicação cede dados dos utilizadores ao governo russo, o FBI esclareceu que há o risco de Moscovo aceder às comunicações diretamente. O perigo “tem por base os dados que o produto recolhe, os termos e condições das políticas de privacidade e os mecanismos legais aos quais o governo uso pode aceder, que lhes dá acesso a dados que estejam dentro das fronteiras da Rússia”, esclarece o FBI na resposta que enviou ao senador.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Por outras palavras, o sistema de vigilância russo pode aceder remotamente a todas as comunicações e servidores que estejam nas redes russas, sem pedir autorização aos fornecedores de serviços de internet”, ecsreveu a polícia federal.

O Kremlin já reagiu. O porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, afirmou que não era possível parar a livre concorrência de mercado, cita a Reuters.

A FaceApp é uma aplicação com tecnologia inovadora, que altera de forma eficaz fotografias, com o objetivo de os utilizadores poderem ver como vão ficar quando forem mais velhos, com outro corte de cabelo ou estilo. E depressa se tornou viral entre os utilizadores, sobretudo quando várias personalidades públicas começaram a publicar fotografias com rostos mais velhos.

[Ouça aqui como é que a app funciona e que cuidados há a ter]

Mudar de cara: a app russa que se tornou viral

O senador democrata pediu ao FBI que investigasse a aplicação em julho e a resposta chegou na segunda-feira. O político democrata afirmava, na altura, que a forma como a aplicação tratava os dados pessoais “era preocupante”, referindo-se aos termos gerais de privacidade, que exige que os utilizadores deem o “acesso irrevogável às fotografias pessoais e dados”.

Em resposta ao TechCrunch, a empresa russa afirmava na altura: “Não vendemos ou partilhamos nenhuns dados pessoais com terceiros”. E que nenhuma informação era transferida para a Rússia. Defendendo-se, a FaceApp referia que apenas utilizava as fotografias para fazer a edição automática nos seus servidores. Além disso, a empresa afirmava que “a maioria das imagens são apagadas do servidor após 48 horas”.

FaceApp responde a críticas, mas senador americano pede investigação ao FBI