Um juiz do Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Aveiro está a ser investigado por alegada corrupção e já foi alvo de buscas, tanto no gabinete onde trabalha como na casa onde mora, na Maia, avança a edição desta terça-feira do Jornal de Notícias (JN).

João Evangelista, de 53 anos, é magistrado apenas desde 2012, tendo anteriormente sido presidente da Caixa de Crédito Agrícola de Lafões, em São Pedro do Sul. Antes de chegar ao TAF de Aveiro, esteve no de Viseu, onde acumulou funções no tribunal de Castelo Branco. A investigação de que está a ser alvo terá começado em 2018 e centrar-se-á sobretudo na relação que o juiz mantinha com um empresário do ramo da hotelaria, revela o diário.

O juiz é suspeito de passar informação privilegiada relativa a processos judiciais inerentes aos empreendimentos do empresário, a quem também terá prestado serviços de assessoria jurídica, em troca de dinheiro e de estadias em hotéis.

De acordo com o JN, João Evangelista reservou, na passagem de ano de 2018 para 2019, 16 quartos num dos hotéis de 4 estrelas do empresário em questão, no centro do país, para a família e amigos — no total terão sido mais de 40 as pessoas a festejar ali a entrada no novo ano. Três meses antes, o juiz já tinha estado alojado com outros 15 familiares e amigos noutro hotel, na mesma zona, do mesmo empresário, com quem se reunia regularmente, também num hotel de 4 estrelas, mas no norte de Portugal.

Contactado pelo Jornal de Notícias, João Evangelista garantiu não ter cometido qualquer ilegalidade: “Estou de consciência absolutamente tranquila”. O jornal não conseguiu apurar sobre se o juiz foi constituído como arguido.

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