A ministra da Saúde e a diretora-geral de Saúde foram esta quarta-feira chamadas ao parlamento para dar explicações sobre o aumento das taxas da mortalidade infantil e materna em 2018.

A Comissão Parlamentar de Saúde aprovou esta quarta-feira um requerimento do Bloco de Esquerda a solicitar a audição da diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, “sobre aumento da taxa de mortalidade materna”, e um outro, do PSD, que pede a audição da mesma responsável e da ministra da Saúde “a propósito do aumento da mortalidade infantil e materna verificado em 2018”. Ambos os requerimentos foram aprovados por unanimidade.

No seu requerimento, o BE diz que não se pode deixar de ver com “enorme preocupação” os dados sobre o número de mulheres que morreram em 2018 por “complicações durante a gravidez, parto e puerpério: 17, quando no ano passado se tinham registado nove mortes”.

Se a taxa de mortalidade materna foi de 10,4 mortes por cada 100.000 nascimentos em 2017, essa taxa aumentou para 19,5 mortes por cada 100.000 nascimentos em 2018. É um número e uma evolução intolerável, que não só merece preocupação, como exige explicações”, refere o BE.

No requerimento apresentado pelo PSD, os sociais-democratas sustentam que no ano passado as taxas de mortalidade infantil sofreram “um brutal e preocupante agravamento, registando valores humanamente inaceitáveis, além potenciadores de significativo alarme social”.

O PSD refere-se a 287 mortes durante o primeiro ano de vida em 2018, mais 58 do que em 2017, subindo a taxa de mortalidade infantil para 3,3 óbitos por mil nados-vivos, o valor mais alto desde 2009.

Relativamente a mortes maternas, “morreram, no ano passado, 17 mulheres, quase o dobro do que em 2017 e o triplo de 2015, subindo a taxa de mortalidade materna para 19,5 mortes por cada cem mil nascimentos, o valor mais alto das últimas décadas”, apontam os sociais-democratas.

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