A visita agendada para as 9 horas começa bem perto da zona das urgências do hospital. A contrastar com os relatos de urgências caóticas que chegam um pouco de todo o país, ali no Hospital do Espírito Santo a manhã foi mais tranquila, mas nem por isso deixa de haver queixas. Dos doentes aos médicos que se cruzam com a comitiva do PCP em visita, todos tinham alguma coisa a lamentar.

O caso insólito das instalações do hospital serem atravessadas por uma estrada nacional, o IP2, já tinha sido denunciado pelo líder parlamentar, João Oliveira, na visita de quinta-feira à obra parada do traçado alternativo do IP2. Afinal o objetivo era conseguir uma estrada para circundar a cidade e retirar o trânsito do centro de Évora e, também, deixar de ter veículos pesados e de transporte de matérias perigosas — por exemplo — a passar entre os dois edifícios que compõem o hospital.

Quem vai às consultas externas num dia em que tenha de fazer, por exemplo, algum exame que exija recorrer ao serviço de imagiologia terá que sair de um edifício, pela rua (sem qualquer proteção para o frio ou para a chuva), e — claro — atravessar a estrada nacional para chegar ao outro edifício.

Mas não é só a estrada que incomoda os profissionais que ali trabalham. Do serviço de gastroenterologia ouvem-se lamentos pela falta de médicos no Alentejo. “Somos cinco gastroenterologistas para todo o Alentejo, um rácio de um médico para 100 mil pessoas”, explica o médico Rogério Godinho à comitiva.

Assegura que não há falta de médicos no país, mas que estão “mal distribuídos”. Desafia os comunistas a verem, por exemplo, quantos especialistas de gastroenterologia há no hospital de Santa Maria, em Lisboa. Do PCP a resposta: vão apresentar propostas para “encontrar condições para fixar no Alentejo os profissionais para prestar os cuidados de saúde às populações”.

E as propostas não serão só para médicos, mas para os profissionais na área da saúde: médicos, enfermeiros ou técnicos de diagnóstico e terapêutica, por exemplo. Para já, lembra João Oliveira é importante que a obra do novo hospital central do Alentejo, que considera ser uma “necessidade absoluta”, avance “ainda em 2020”. “Continuaremos a batalhar para que, depois de concluído o processo de concurso, que já foi lançado, a obra seja adjudicada e o hospital possa entrar em obra ainda em 2020 porque essa é, verdadeiramente, a garantia de que o processo se torna irreversível para que, em 2023, possamos ter o novo hospital”, frisou o deputado.

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