Num jogo em que o Sporting chegou ao intervalo com o recorde de remates tentados numa só primeira parte do Campeonato (16) e de fora da área (nove), Bruno Fernandes tinha tudo para voltar a ser o principal destaque dos leões, fosse pelas 15 situações de finalização em que esteve envolvido, fosse pelo registo máximo de dribles (três), passes para a frente (nove) ou desarmes (três). O conjunto verde e branco tentou mais do que nunca na presente temporada (28 remates) mas teve de ir ao banco encontrar o crédito para chegar à vitória.

O clube quer Ronaldo mas a equipa chama é por mais Mathieus (a crónica do Sporting-Moreirense)

Apesar de não marcar no Campeonato desde outubro, Luiz Phellype, o segundo melhor marcador do Sporting esta época apenas atrás de Bruno Fernandes, substituiu Jesé Rodríguez aos 65′ (visivelmente agastado com a troca, tendo até pontapeado algumas coisas enquanto se deslocava para o banco de suplentes), teve uma primeira chance na área aos 68′ e apontou o único golo aos 70′, naquele que seria o momento decisivo do encontro.

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Ao todo, e nos 1.094 minutos realizados entre os 18 jogos para Campeonato, Taça de Portugal, Taça da Liga, Liga Europa e Supertaça, o brasileiro, que começou a carreira como número 10 e teve Ronaldo Fenómeno como grande referência quando avançou no terreno, já marcou seis golos mas com outra particularidade “simpática” tratando-se do único avançado de raiz à disposição de Silas no plantel: na Primeira Liga, tem uma eficácia de 50% entre os remates tentados (oito) e os golos apontados (quatro), numa média sem igual no plantel leonino.

Mas se é certo que o Sporting teve o encontro com mais remates (28) desde fevereiro de 2018 (Feirense, 2-0), que Jorge Silas continua a somar por vitórias os jogos realizados em Alvalade desde que assumiu o comando da equipa verde e branca (seis) e que os leões ficaram apenas a um ponto do terceiro lugar, este não deixa de ser o pior ataque (20 golos), a pior defesa (15 golos) e a pior pontuação (23 pontos) desde 2012/13, uma espécie de época horribilis em que o Sporting teve a sua pior classificação de sempre e falhou a qualificação europeia.

Apesar de tudo, não é pelo brasileiro: mesmo depois da chegada de Bolasie ou Jesé, “que para os cientistas do futebol é um avançado apesar de não ter características de Bas Dost ou Luiz Phellype”, como defendeu Frederico Varandas numa entrevista à Sporting TV após o fecho do mercado, o número 28 continua a ser o avançado mais eficaz dos leões (o espanhol tem um golo em 606 minutos), procurando o seu lugar no clube que preferiu depois de ter recebido uma proposta real do Benfica e uma sondagem do FC Porto, como confidenciou à ESPN.

Luiz Phellype, o goleador improvável com números que nem uma auditoria poderia prever