“Será muito entusiasmante”. Foi assim, com apenas três palavras, que Paulo Sousa fez a antevisão do encontro com André Villas-Boas na liga francesa. Os dois treinadores portugueses, que chegaram ambos esta temporada a França para orientar, respetivamente, Bordéus e Marselha, têm vindo a trilhar um caminho para superar a desconfiança inicial com que foram recebidos no país onde o PSG é campeão nacional há duas épocas. Este domingo, encontravam-se no Vélodrome, a casa do Marselha, numa altura em que ambos estavam em lugares de acesso à Liga dos Campeões.

Escolhidos para liderar duas equipas históricas em França que andam há muito arredadas das principais decisões, Villas-Boas e Paulo Sousa têm conseguido anular as críticas, contrariar os especialistas e tornar Marselha e Bordéus duas das poucas equipas que ainda dão luta à hegemonia do PSG. À entrada para o encontro deste domingo, o Marselha sabia que continuaria em segundo, apenas atrás dos parisienses, qualquer que fosse o resultado; já o Bordéus precisava de ganhar para manter a terceira posição mas sabia que, na pior das hipóteses, cairia para o quinto lugar.

Sanson marcou o segundo golo da equipa de André Villas-Boas já na segunda parte

O Bordéus de Paulo Sousa até foi para o intervalo a ganhar, depois de um golo de Yacine Adli ao passar da meia-hora (31′), mas o Marselha entrou na segunda parte focado na reviravolta e empatou logo nos instantes iniciais, por intermédio de Amavi (48′). Sanson confirmou a remontada por volta da hora de jogo (60′) e Radonjic, já no segundo minuto de descontos, acabou por aumentar a vantagem da equipa de Villas-Boas. No final, o Marselha venceu por 3-1 e não larga a passada do PSG, mantendo-se a cinco pontos dos bicampeões; o Bordéus acabou por cair para quinto, prejudicado também pela vitória do Lille, mas está a um ponto da Europa e a dois da Liga dos Campeões.

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Este domingo, Villas-Boas ganhou a Paulo Sousa. Mas a verdade é que os dois treinadores portugueses — mais de metade dos três que estão em França, já que Leonardo Jardim orienta o Mónaco — são desde o início da temporada duas das grandes revelações da liga francesa, mesmo depois de um arranque algo intermitente. Ao comando de duas equipas que precisavam de uma renovação e do estímulo de estar em lugares competitivos para recordar tempos passados, tanto Villas-Boas como Paulo Sousa podem estar perfeitamente a realizar épocas que os podem catapultar para outros voos a título pessoal. E oportunidades, para um e para outro, não vão faltar.