Ao sexto dia consecutivo de greve geral em França, centenas de milhares de pessoas voltaram esta terça-feira a protestar nas ruas contra a revisão do sistema de pensões, com o governo e os sindicatos a anunciarem números de participação divergentes.

O Ministério do Interior francês avançou que 339 mil pessoas participaram esta terça-feira em manifestações em toda a França, incluindo 31 mil pessoas na capital do país, Paris. Por seu lado, a central sindical francesa CGT anunciou 885.000 manifestantes em todo o país.

No primeiro dia de paralisação e de mobilização, a 5 de dezembro, o governo francês anunciou a participação de 806 mil manifestantes em todo o território francês.

A greve geral voltou esta terça-feira a afetar vários setores de atividade em França, nomeadamente a área dos transportes, e as manifestações realizadas esta terça-feira pretenderam mostrar que os manifestantes continuam determinados em pressionar o governo francês, que irá apresentar na quarta-feira o controverso plano de revisão do sistema de cálculo das reformas.

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Estamos hoje aqui contra este projeto de reforma do sistema de pensões, achamos injusto, desigual (…) é um perigo para o modelo social francês”, afirmou, em declarações à agência francesa France-Presse (AFP), um dos participantes da manifestação na capital francesa.

Se a mobilização nas ruas está em queda, “o descontentamento permanece alto”, reagiu o “número um” da central CGT, Philippe Martinez, em reação aos números apresentados pelo executivo.

O dia de quarta-feira será crucial para o executivo francês, que não pretende recuar nesta reforma, uma promessa de campanha do Presidente Emmanuel Macron antes da sua eleição em 2017. Está previsto que o primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, apresente na quarta-feira os pormenores do plano, que prevê, segundo informações divulgadas até à data, a junção dos atuais 42 subsistemas num só, com um sistema de pontos.

Emmanuel Macron está determinado em fazer aprovar as medidas relacionadas com o sistema de pensões, considerando que as novas políticas são essenciais para transformar a economia francesa.

A oposição receia a perda de direitos e alerta para a degradação das condições de vida em virtude das novas medidas a aplicar sobre os pensionistas. As negociações entre o governo, os sindicatos e outros agentes sociais prolongam-se há vários meses.