Vinte e quatro horas depois de o Whakaari ter entrado em erupção, as operações de busca já foram retomadas mas as autoridades neozelandesas continuam a não conseguir chegar à White Island, para regatar os oito turistas desaparecidos esta segunda-feira. Tudo aponta para que não tenham resistido —  “Diria com forte convicção de que ninguém na ilha sobreviveu“, disse já esta terça-feira aos jornalistas John Tims, vice-comissário da Polícia da Nova Zelândia —, o que, a confirmar-se, aumentará para 13 o número de vítimas fatais do desastre.

E a contagem não deverá ficar por aí, avisou entretanto Pete Watson, do Ministério da Saúde neozelandês, citado pelo Guardian: 27 dos 31 feridos ainda internados em hospitais espalhados pelo país têm queimaduras graves em pelo menos 30% do corpo e não se espera que todos sobrevivam. “Muitos sofreram lesões por inalação de fumo, têm danos nos pulmões, pelo que estão a receber apoio nas vias aéreas. Nesta fase, é neste estado que está a maioria das pessoas hospitalizadas”, acrescentou. Entretanto, a meio da manhã desta terça-feira, as autoridades confirmaram a morte de um dos feridos, passando a contagem oficial para 6 mortos, 8 desaparecidos e 33 feridos, 30 ainda hospitalizados.

De acordo com um comunicado emitido pela Polícia da Nova Zelândia, entre os 47 turistas na ilha no momento da erupção, estavam 24 cidadãos australianos, nove americanos, 5 neozelandeses, 4 alemães, dois chineses, dois britânicos e um malaio.

Segundo o mesmo documento, apesar de o vice-comissário Tims ter admitido já esta terça-feira a abertura de uma investigação criminal sobre os acontecimentos, é “demasiado cedo” para presumir que será necessário enveredar por essa via. “Neste momento a polícia está a investigar a morte das pessoas em Whakaari/ White Island em nome do gabinete do médico legista. Como correção de uma afirmação feita anteriormente, declaramos que é demasiado cedo para confirmar se também vai ou não acontecer uma investigação criminal“.

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Citada pela BBC, a primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Adern, também aludiu a uma possível investigação criminal: “Sabemos que surgirão questões maiores relativamente a este acontecimento. Estas questões devem ser colocadas e têm de ser respondidas”.

O vulcão de White Island, Whakaari para os maori, é o mais ativo da Nova Zelândia. Ainda assim, a ilha, desde 1936 propriedade privada dos Buttle, uma família de Auckland, é destino frequente de excursões turísticas.

Whakaari, o “vulcão dramático” com 150 mil anos que já tinha matado há 100 anos