No Reino Unido, a tradição ainda é o que era. Mas o hábito dos eleitores britânicos de se fazerem acompanhar pelos seus cães até às urnas ganha proporções diferentes na era das redes sociais. O costume já tem hashtag (#dogsatpollingstations) e o Twitter e o Instagram estão cheios de imagens. Boris Johnson, primeiro-ministro e forte candidato à reeleição, também alinhou e levou consigo Dilyn, o seu rafeiro, cruzado de Jack Russell, salvo em cachorro do criador que o ia abater por ter uma deficiência no maxilar.

Dilyn nasceu em 2018 e ia ser abatido por ter uma deficiência

Esta quinta-feira, cerca de 46 milhões de britânicos vão votar nas eleições legislativas antecipadas, convocadas pelo governo para tentar desbloquear o impasse criado no parlamento sobre o processo de saída do país da União Europeia, o Brexit. Ao longo das últimas semanas, as sondagens mostraram consistentemente uma vantagem confortável do Partido Conservador de Johnson sobre o Trabalhista, de Jeremy Corbyn.

Britânicos vão às urnas para tentar desbloquear Brexit. Boris e Corbyn já votaram

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O primeiro-ministro britânico votou, cerca de uma hora depois da abertura das urnas, e levou o seu cão até ao Methodist Central Hall, perto de Downing Street. Chegou com Dilyn pela trela e, à saída, não hesitou em posar com o cão ao colo para as fotografias dos jornalistas.

É uma imagem habitual no Reino Unido: cães à espera dos donos que foram exercer o direito de voto

Uma hora depois do primeiro-ministro, por volta das 9h30, foi Jeremy Corbyn quem votou. Ao contrário de Johnson, o líder do Partido Trabalhista não se fez acompanhar por El Gato, o seu felino de estimação. No entanto, teve direito a uma visita surpresa de Elmo, personagem da Rua Sésamo.

A presença inesperada acabou por provocar um desentendimento com os seguranças e a polícia, que tentavam evitar que a mulher mascarada se aproximasse do político, algo que Corbyn tentou travar rapidamente: “Podemos parar a discussão, por favor?”

Uma manifestante vestida de Elmo tentou aproximar-se de Corbyn

O dia de eleições tem ficado marcado por longas filas para votar, mas sem incidentes de maior. A Escócia palco de um incidente, tendo a polícia provocado uma explosão controlada de um objeto suspeito junto a uma mesa de voto em North Lanarkshire e detido um homem de 48 anos no âmbito do mesmo caso.

A polícia garantiu que a explosão tinha sido provocada por precaução e afirmou que a investigação continua.

Entretanto no Twitter sucedem-se fotografias e relatos de longas filas para votar em algumas assembleias de voto em cidades como Londres ou Manchester. Muitos eleitores dizem nunca ter visto filas tão longas para votar nas suas assembleias de voto e questionam-se se será sinal de uma forte adesão às urnas.