O líder demissionário do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, escreveu num texto de opinião para o Observer onde assume a responsabilidade da derrota histórica desta quinta-feira, onde os trabalhistas conquistaram o número mais baixo de deputados desde a II Guerra Mundial.

“Sofremos uma derrota pesada e eu assumo as minhas responsabilidades nela”, escreveu Jeremy Corbyn, num artigo que será publicado este domingo mas do qual o The Guardian, publicação irmã do Observer, publica alguns excertos.

Ainda assim, Jeremy Corbyn insiste em dizer que tem razão em relação aos temas que assumiu como principais bandeiras durante a sua passagem pela liderança do Partido Trabalhista, iniciada em 2015 e que chegará ao fim numas eleições primárias a acontecerem no início do próximo ano.

“Orgulho-me de que em temas como a austeridade, o poder das empresas, as desigualdades e a emergência climática nós ganhámos as discussões e reescrevemos os termos do debate política”, sublinhou o líder trabalhista de 70 anos.

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“Não há dúvida de que as nossas políticas são populares, desde o controlo público das ferrovias e de utilities [água, luz e gás] até a um enorme programa de construção de habitações ou um aumento salarial para milhões de pessoas”, escreveu Jeremy Corbyn. “A questão é como é que nós podemos ter sucesso no futuro onde desta vez não tivemos?”.

Sobre o tema do Brexit, no qual Jeremy Corbyn nunca assumiu uma posição (fez campanha pela continuação do Reino Unido na UE em 2016, mas de forma apagada e ausente, e desde então não voltou a falar do tema nesses termos), o líder dos trabalhistas diz que o slogan de Boris Johnson para esta campanha (“cumprir o Brexit”) é uma “falsidade”.

“Nas vilas onde as metalurgias foram fechadas, a política como um todo não gerou confiança. Mas a promessa de Boris Johnson de cumprir o Brexit, que foi vendida como um golpe para o sistema, foi”, escreveu. “Infelizmente, esse slogan vai ser exposto pela falsidade que é, o que irá destruir ainda mais essa confiança.”

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