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Tomás Tavares, um Mr. TT a tornar-se soldado da fortuna (a crónica do Benfica-Famalicão)

Este artigo tem mais de 4 anos

Pizzi marcou duas vezes, Chiquinho fez três assistências mas Tomás Tavares, TT para Bruno Lage, esteve em destaque na goleada inequívoca do Benfica ao Famalicão na Luz, tanto a defender como a atacar.

O jovem lateral tem tido mais oportunidades devido à lesão do capitão André Almeida
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O jovem lateral tem tido mais oportunidades devido à lesão do capitão André Almeida

AFP via Getty Images

O jovem lateral tem tido mais oportunidades devido à lesão do capitão André Almeida

AFP via Getty Images

Esta semana, por ocasião da visita do Famalicão ao Benfica, o jornal inglês The Guardian decidiu debruçar-se sobre o caso de sucesso do clube minhoto. “Ricos e famosos ajudam o Famalicão a agitar o futebol português”, podia ler-se no título de um artigo que explicava de que forma o clube, através do dono israelita Ider Ofer e da proximidade com Jorge Mendes, está a conseguir manter-se entre os três primeiros da classificação na época de regresso à Primeira Liga depois de 25 anos de ausência.

“Depois de aumentar as ações que detinha no Atl. Madrid de 15% para 32% em fevereiro de 2018 através da empresa Quantum Pacific, Ider Ofer decidiu expandir o próprio envolvimento no futebol. A primeira chamada que fez foi para Jorge Mendes, que o tinha ajudado nas negociações com o Wanda Group, os acionistas chineses do Atl. Madrid”, conta o jornal inglês. Ao longo de alguns parágrafos, o autor elenca a forma como os milhões de Ofer e as influências de Mendes catapultaram o Famalicão para o topo do futebol português. Mas nem só no Famalicão se falou de milhões esta semana.

Ficha de jogo

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Benfica-Famalicão, 4-0

14.ª jornada da Primeira Liga

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Rui Costa (AF Porto)

Benfica: Vlachodimos, Tomás Tavares, Rúben Dias, Ferro, Grimaldo, Gabriel, Taarabt, Cervi (Jota, 79’), Pizzi, Chiquinho (Caio Lucas, 85’), Carlos Vinícius (Seferovic, 69’)

Suplentes não utilizados: Zlobin, Samaris, Jardel, Nuno Tavares

Treinador: Bruno Lage

Famalicão: Rafael Defendi, Riccieli, Roderick, Nehuen Pérez, Alex Centelles (Schiapaccasse, 77’), Pedro Gonçalves, Gustavo Assunção (Guga, 64’), Uros Racic, Rúben Lameiras, Toni Martínez (Anderson, 64’), Fábio Martins

Suplentes não utilizados: Vaná, Walterson, Ofori, Cafú Phete

Treinador: João Pedro Sousa

Golos: Carlos Vinícius (39’), Pizzi (48’ e 63’), Caio Lucas (89’)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Fábio Martins (2’), a Riccieli (65’)

Menos de um ano depois de substituir Rui Vitória no comando técnico do Benfica — primeiro de forma interina, depois de forma efetiva –, Bruno Lage renovou contrato com o clube até 2024 (mais um ano do que estava previsto) e ficou com uma cláusula de rescisão de 20 milhões de euros. Um valor que o treinador nem sequer sabe explicar. “É o mundo de hoje. Em jeito de brincadeira, se eu valesse os 20 milhões, a minha mulher colocava-me à venda e ficava com os 20 milhões. O mais importante é estarmos felizes e fazermos o nosso trabalho de uma forma séria e dedicada”, disse Lage na antevisão da receção ao Famalicão.

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Receção essa que aparecia dias depois de o Benfica ter garantido a manutenção nas competições europeias via Liga Europa, ao vencer o Zenit na Luz. O encontro com os russos serviu ainda de validação para um onze inicial que esteve à altura no Bessa, no fim de semana passado com o Boavista, e que este sábado voltava a aparecer na ficha de jogo. Ao repetir a mesma equipa pela terceira partida seguida, Bruno Lage apresentava uma coerência e consistência de opções que não tem sido muito comum desde que é treinador do Benfica: e que é particularmente visível na prioridade dada a Gabriel e Taarabt em detrimento de Florentino e Gedson, na aposta em Cervi face à lesão de Rafa e na escolha de Carlos Vinícius e Chiquinho enquanto referências ofensivas.

A primeira parte do encontro entre o Benfica e o Famalicão acabou por contrariar aquela que tem sido uma tendência negativa nesta edição da Primeira Liga: a fraca qualidade dos jogos do Campeonato português. Ao longo dos primeiros 45 minutos da partida, as duas equipas mostraram aquilo que de melhor se faz no futebol português e apresentaram exibições acima da média, entusiasmantes e longe das aborrecidas prestações que se repetem fim de semana atrás de fim de semana na grande maioria das partidas. Sem surpresas, o Famalicão apresentou-se sem pudor de assustar o Benfica e lançar-se em velocidade para o ataque sempre que possível, defendendo com duas linhas muito juntas que serviam de tampão às investidas encarnadas.

Fábio Martins foi o primeiro a rematar, ao atirar de fora de área para Vlachodimos encaixar (17′), e acabou por espicaçar o jogo numa altura em que o ritmo começava a cair. O médio formado no FC Porto, a par de Gustavo Assunção, foi o grande dinamizador da equipa minhota, ao aparecer sem grandes amarras táticas e logísticas em várias zonas do terreno. Do outro lado, Carlos Vinícius chegou aos 25 minutos sem ter tocado na bola e Chiquinho também estava pouco entrosado com o fluxo ofensivo da equipa — que maioritariamente ordenado por Pizzi e Cervi e que tinha em Taarabt um pêndulo importante no meio-campo. Ainda assim, tanto Vinícius como Chiquinho estavam algo perdidos entre os centrais do Famalicão e tinham dificuldade em aparecer em zonas de finalização, tornando as jogadas coletivas do Benfica muitas vezes infrutíferas.

Por isso mesmo, Pizzi optou pelo lance individual e esteve perto de abrir o marcador, ao driblar vários adversários até ficar na cara de Defendi, que evitou o golo do médio português (30′). O Benfica acabou por capitalizar um ascendente originado também do recuar da equipa do Famalicão, que começou a preocupar-se mais com a defesa do que com as saídas para o ataque, e empreendeu um período de dez minutos de maior intensidade e reação à perda da bola que acabou por culminar em golo. Chiquinho foi lançado por Tomás Tavares no corredor direito e cruzou rasteiro para a grande área, onde Carlos Vinícius só precisou de encostar (39′). Os dois jogadores mais apagados desde o apito inicial acabaram por cozinhar juntos o primeiro golo do jogo — ainda que impulsionados por um dos que estava em destaque, Tomás Tavares.

Na ida para o intervalo, o Famalicão estava bem organizado mas acabou por sofrer as consequências do período do jogo em que atuou de forma mais recuada e receosa, sem a liberdade e a leveza de espírito que apresentou durante a primeira meia-hora. O Benfica saiu para o balneário com a ficha ligada à corrente e à procura do segundo golo e era Tomás Tavares, o jovem lateral que tem sido titular graças à lesão de André Almeida, o jogador que ia surpreendendo tanto defensiva como ofensivamente.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Benfica-Famalicão:]

O Benfica entrou na segunda parte exatamente como tinha saído da primeira e não permitiu tempo ao Famalicão para que a equipa minhota pudesse perceber como queria atuar e estar em campo. Bastaram três minutos aos encarnados para que Chiquinho voltasse a desenhar uma assistência perfeita para golo: desta vez, o destinatário foi Pizzi, que rematou de pé esquerdo à entrada da área depois de uma solicitação atrasada do avançado (48′). Contudo, e apesar do passe decisivo ter sido feito por Chiquinho, voltou a estar em evidência a visão de jogo de Tomás Tavares: foi o jovem jogador, a partir de um lançamento de linha lateral, que descobriu Chiquinho em progressão e deu início ao lance.

O jogo partiu ligeiramente depois do segundo golo, com o Famalicão a beneficiar de algumas investidas na profundidade que chegaram a causar calafrios a Vlachodimos, mas a verdade é que a equipa de João Pedro Sousa não estava a conseguir apresentar a natural segurança que normalmente lhe é intrínseca. O Benfica era constantemente mais perigoso, com Taarabt a aparecer muito bem em zonas interiores e a dobrar Tomás Tavares para permitir ao lateral subir no terreno, e acabou por chegar ao terceiro golo de forma algo natural. Depois de um lance pela esquerda, Chiquinho virou o azimute da jogada para o lado contrário e descobriu Pizzi, que recebeu na grande área, evitou um adversário e rematou rasteiro para bisar (63′).

Bruno Lage lançou Seferovic para tirar Carlos Vinícius — que, para lá do golo, pouco ou nada fez este sábado — e os encarnados entraram numa fase de gestão não assumida que levou a um acalmar do ritmo e a uma maior posse de bola do Famalicão, ainda que quase sempre inofensiva. Até ao final, Caio Lucas (que entretanto tinha entrado para o lugar de Chiquinho) ainda teve tempo de se estrear a marcar pelo Benfica, com um remate rasteiro tombado na esquerda depois de uma jogada de contra-ataque (89′), e o Famalicão não conseguiu fazer mais do que rendilhar o jogo à volta da grande área de Vlachodimos sem conseguir entrar na zona mais recuada.

O Benfica somou a terceira vitória consecutiva com o mesmo onze pela terceira vez consecutiva a manteve a regularidade não só de resultados como de exibições, já que voltou a apresentar um futebol acima da média e que dificilmente tem paralelo atualmente na Primeira Liga. Mesmo com os dois golos de Pizzi, mesmo com as três assistências de Chiquinho, o destaque da receção do Benfica ao Famalicão acaba por ir para Tomás Tavares, que esteve na origem de dois golos. O jovem lateral, que tem sido titular devido à lesão de André Almeida, tem vindo a protagonizar uma subida de rendimento progressiva e depois de já ter estado em evidência contra o Boavista voltou a assinar uma boa exibição contra o Famalicão. TT, como lhe chama Bruno Lage nas conferências de imprensa, é cada vez mais um Mr. TT a tornar-se soldado da fortuna.

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