A história de uma portuguesa de 37 anos que vive na rua em Paris com os dois filhos, de 8 e 13 anos, foi contada numa reportagem do jornal francês Le Parisien sobre a vida dos menores sem-abrigo. Amália e os filhos, Leandro e Adriano (nomes fictícios), começaram a viver na rua porque não tinham dinheiro para comportar a renda de uma casa na capital francesa. Procuraram ajuda em habitações sociais, mas estão lotadas.

Nos primeiros parágrafos da notícia do Le Parisien, a jornalista Maïram Guissé conta que Leandro e Adriano são os primeiros a chegar à escola, mas “quando a campainha toca no final das aulas, regressam para a rua”. Quando as crianças precisam de fazer os trabalhos de casa, a família refugia-se no interior de uma estação de comboios regionais da  Île-de-France.

A fotografia de Adriano ajoelhado à frente de um banco, que lhe serve de secretária, ao lado do irmão que o ajuda, ilustra a reportagem partilhada nas redes sociais do Le Parisien, que tem por título: “Na escola durante o dia, na rua à noite. A dura vida quotidiana dos menores sem-abrigo na Île-de-France”.

No Twitter, a reportagem foi partilhada com uma citação de Amália na descrição: “Já parei de telefonar para o 115. Tento organizar-me sozinha”, desabafou a mulher de 37 anos com a jornalista que acompanhou esta família monoparental portuguesa durante um dia frio de outono em Paris.

Segundo explica a mãe dos rapazes, Amália não consegue arranjar um emprego estável que lhe permita pagar a renda de uma casa. Já procurou abrigo em pensões sociais, mas não há lugar para ela e para os filhos, queixa-se. O “115”, um número de urgência para acudir pessoas sem-abrigo, não tem valido a Amália. Um comentário feito na página do Le Parisien no Twitter diz que o serviço está “sobrecarregado”, “não tem os meios para cumprir a sua missão”.

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