A chuva que caiu esta segunda-feira durante a manhã nos distritos de Beja, Évora e Portalegre, no Alentejo, provocou 32 inundações em vias públicas, estradas e edifícios, disseram à agência Lusa fontes da Proteção Civil.

Segundo fontes dos comandos distritais de operações de socorro (CDOS), das 32 inundações, a maioria em vias públicas, 14 ocorreram no distrito de Évora, 12 no de Portalegre e seis no de Beja.

No distrito de Évora, 12 das 14 inundações ocorreram em vias públicas, nomeadamente nos concelhos de Évora (sete), Borba (duas), Estremoz (duas) e Vila Viçosa (uma), e as restantes duas em edifícios, sendo uma num lar de idosos e outra numa casa na cidade de Évora.

As 12 inundações no distrito de Portalegre ocorreram em vias públicas e estradas e nos concelhos de Avis, Alter do Chão, Campo Maior, Elvas, Fronteira, Niza e Portalegre.

Das seis inundações registadas no distrito de Beja, cinco ocorreram em vias públicas, nomeadamente nas cidades de Beja (três) e Serpa (uma) e na vila de Alvito (uma), e uma ocorreu no quintal de uma casa na aldeia de Salvada, concelho de Beja.

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De acordo com as fontes dos CDOS, a chuva que caiu durante a manhã de segunda-feira também provocou quedas de três árvores, sendo duas no concelho de Moura, no distrito de Beja, e uma na cidade de Évora.

Também devido à chuva, caiu uma barreira lateral de terra na Estrada Municipal 1041, no concelho de Beja, sem causar qualquer acidente ou interrupção de trânsito.

Mau tempo: está todo o país sob aviso laranja ou amarelo devido a chuva, vento forte e agitação marítima

O mau tempo veio para ficar. Todos os distritos de Portugal estão esta segunda-feira sob aviso amarelo ou laranja, devido à previsão de agitação marítima, chuva forte, vento ou queda de neve. Estas condições deverão manter-se até quinta-feira, segundo fonte do Instituto Português do Mar e da Atmosfera.

“Hoje [segunda-feira] temos um dia com muita nebulosidade e chuva que temporariamente pode ser forte, e esta chuva vai persistir ao longo de quase todo o dia”, disse Paula Leitão do IPMA à rádio Observador. Isto surge na sequência da passagem da depressão “Daniel” que está associada a uma ondulação da superfície frontal fria que atravessa o território do continente.

Paula Leitão - IPMA

Os 18 distritos do continente estão sob aviso amarelo (até às 21h00 desta segunda-feira) devido à previsão de períodos de chuva por vezes forte e persistente, tendo o IPMA emitido também o mesmo aviso para toda a costa portuguesa, mas por causa da agitação marítima (até às 12h00 de terça-feira).

O IPMA colocou também em aviso amarelo os distritos de Bragança, Viseu, Guarda, Vila Real, Viana do Castelo, Braga e Castelo Branco devido à previsão de queda de neve acima de 1400/1600 metros, descendo gradualmente a cota para 800/1000 metros, entre as 15h00 desta segunda-feira e as 3h00 de terça-feira.

Os distritos de Viseu, Évora, Guarda, Faro, Beja, Castelo Branco, Coimbra e Portalegre estão ainda sob aviso amarelo entre as 9h00 e as 18h desta segunda-feira devido ao vento forte “com rajadas até 100 km/h nas terras altas”, segundo o IPMA.

Está ainda prevista trovoada, “que já começou a ocorrer no Algarve e que poderá manter-se também”, sendo mais provável na região sul e centro.

Já o arquipélago da Madeira está esta segunda-feira sob aviso laranja devido à previsão de agitação marítima, com ondas até 12 metros na costa norte, e ventos fortes. O aviso durará até às 9h de terça-feira, passando depois a aviso amarelo, segundo o IPMA.

O arquipélago está também com aviso laranja devido à previsão de vento forte de noroeste com rajadas que podem chegar aos 130 quilómetros por hora nas regiões montanhosas (até às 16h desta segunda-feira), passando depois a aviso amarelo, prevendo-se rajadas até aos 90 quilómetros por hora.

A situação deverá melhorar na terça-feira, com aguaceiros fracos durante a madrugada e o vento a diminuir de intensidade. A situação reverte-se ao fim do dia e agrava-se na quarta-feira com muito vento e chuva forte. Para quinta-feira está prevista, segundo o IPMA, chuva forte para todo o país. Num comunicado enviado às redações, segundo o instituto, o agravamento das condições a partir de quarta-feira deve-se à influência da depressão Elsa, que terá o seu pico na quinta-feira e “irá verificar-se especialmente nas zonas marítimas” de responsabilidade nacional e também nos Açores.

Os alertas da Proteção Civil

No domingo, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) alertou para um agravamento do estado do tempo.

Face ao cenário de precipitação forte e persistente, a Proteção Civil alerta que deve ser “dada uma especial atenção às zonas historicamente identificadas como vulneráveis a inundações e em particular em bacias hidrográficas não regularizadas e de escoamento rápido”.

A Proteção Civil chama a atenção para os efeitos desta situação, com piso escorregadio e a eventual formação de lençóis de água e gelo e possibilidade de cheias rápidas em meio urbano.

As autoridades alertam ainda para a possibilidade de queda de ramos ou árvores em virtude de vento mais forte e possíveis acidentes na orla costeira, sendo de evitar o estacionamento de veículos nestas zonas.

Segundo a ANEPC, “o eventual impacto destes efeitos pode ser minimizado, sobretudo através da adoção de comportamentos adequados”.

Aos condutores, é recomendada uma condução defensiva, com redução da velocidade e colocação das correntes de neve nas viaturas, sempre que se circular nas áreas atingidas pela queda de neve.

As autoridades pedem também para não se atravessar zonas inundadas, “de modo a precaver o arrastamento de pessoas ou viaturas para buracos no pavimento ou caixas de esgoto abertas”.

Deve-se “garantir uma adequada fixação de estruturas soltas, nomeadamente, andaimes, placards e outras estruturas suspensas”, diz o comunicado, acrescentando ainda que não devem ser praticadas “atividades relacionadas com o mar, nomeadamente pesca desportiva, desportos náuticos e passeios à beira-mar”.

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