A ONU acredita que não há “alternativa” para prosseguir a ajuda humanitária na Síria através das fronteiras e das linhas de frente, segundo um relatório do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, recentemente apresentado ao Conselho de Segurança.

Segundo a agência France-Presse (AFP), os membros do Conselho de Segurança estão em negociações para renovar este dispositivo que expira no início do próximo ano. “Não é do interesse de ninguém bloquear essa resolução”, afirmou um diplomata citado pela AFP, que falou sob condição de anonimato, enquanto outros evocam a propensão da Rússia para aumentar o controle sobre o regime sírio, do qual é o principal apoiante.

Para António Guterres, embora tenham sido feitos progressos na distribuição de ajuda humanitária dentro da Síria, a libertação das fronteiras e das linhas de frente continua a ser essencial. Quatro pontos de passagem, dois através da Turquia, um pela Jordânia e um pelo Iraque, estão atualmente a ser utilizados e a abertura de um quinto ponto através da Turquia está em discussão.

De acordo com os diplomatas, o departamento de Assuntos Humanitários da ONU é favorável a essa extensão, enquanto uma nova necessidade foi criada com a ofensiva militar turca no norte da Síria. Para o secretário-geral da ONU, embora tenham sido feitos progressos na distribuição de ajuda humanitária dentro da Síria, a libertação das fronteiras e das linhas de frente continua a ser essencial.

“A ajuda humanitária fornecida mensalmente por agências das Nações Unidas inclui alimentos para cerca de 4,3 milhões de pessoas e tratamento médico para mais de 1,3 milhões de pessoas em todo o país”, de acordo com o relatório a que a AFP teve esta segunda-feira acesso. “A assistência através das fronteiras (…) continua a ser uma parte essencial da resposta humanitária”, sublinha o documento.

De acordo com o documento, um total de “11 milhões de pessoas” continua a precisar de assistência na Síria, onde a situação humanitária se agravou ainda mais em 2019. António Guterres também reafirma, no documento, que tudo deve ser feito para evitar uma grande ofensiva militar em torno de Idlib, no noroeste da Síria, um bastião que escapa ao controle do Governo, onde vivem cerca de três milhões de pessoas.

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